Cidade da Praia, 21 Out (Inforpress) – A secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, declarou-se hoje preocupada com os despedimentos na TICV/Bestfly e adiantou que a central sindical está disponível para prestar o apoio necessário aos trabalhadores, que afirma, não associaram aos sindicatos por medo.
Em declarações à Inforpress, a secretária-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS) disse que logo quando a Binter Cabo Verde, transformada na TICV, iniciou as funções, os sindicatos e própria central sindical fizeram uma abordagem aos trabalhadores no sentido sindicalizarem-se.
Entretanto, adiantou que por causa do medo os mesmos não se filiaram e, inclusive, aqueles que já tinham uma ligação com o SITTHUR pediram a desvinculação por medo de serem despedidos.
“A empresa sabe que eles não estão sindicalizados, por isso deu aos trabalhadores apenas cinco dias para se pronunciarem sobre a carta de despedimento”, disse adiantando que a central sindical está a acompanhar o processo e aguarda um pedido de apoio para poder ter legitimidade de se pronunciar e ajudar os trabalhadores nesse processo difícil que estão a enfrentar.
“Até este momento não tivemos nenhuma abordagem dos trabalhadores, mas a UNTC-CS está disponível para os ajudar porque sabemos que as empresas sempre dizem que garantem todos os direitos, mas se puderem fugir à alguma responsabilidade fogem com certeza e os trabalhadores têm de ter apoios para evitar que tal aconteça”, sustentou.
Por isso, apela aos trabalhadores com carta de despedimento que procurem a central sindical ou os sindicatos antes que seja tarde demais, pois alertou que há prazos a serem cumpridos.
Joaquina Almeida lembrou que a Bestfly quando comprou as acções da Binter de Cabo Verde na TICV (Transportes Inter-ilhas de Cabo Verde) tinha garantido que não haveria despedimentos.
“Aliás, esta foi uma das condições impostas pelo Governo. Se as receitas não estão a ser suficientes trata-se de um problema somente da empresa, porque tem o monopólio do mercado doméstico e conhecia esse mercado”, realçou.
Por outro lado, a sindicalista questiona o período em que foram feitos esses despedimentos e fala em “algo premeditado”, já que a empresa pode até aderir ao ‘lay-off’.
Na quarta-feira, 20, o director-geral da TICV anunciou a extinção de 60 postos de trabalho.
Numa carta a que a Inforpress teve acesso, Américo Borges justificou a redução da actividade da empresa com a redução do número de voos operados originou “uma drástica redução” da receita, que colocou a TICV numa situação económico-financeira “muito difícil” que, com as agravantes consequências da covid-19, “obriga a desencadear um processo de reestruturação, que se torna imprescindível”, para a garantir a “continuidade e sustentabilidade” da empresa.
Por esse motivo, acrescentou na mesma carta, a empresa “está obrigada” a proceder à extinção de alguns postos de trabalho nos seus diversos departamentos.
Revelou ainda que “cessará os contratos agora em vigor a partir do dia 20 de Novembro, garantindo os direitos subsequentes a cada trabalhador, derivado do contrato firmado com a empresa, tudo dentro do estrito cumprimento da lei e espírito de equidade”, vincou.
MJB/CP
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