Cidade da Praia, 19 Nov (Inforpress) –A União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde (UNTC-CS) manifestou-se hoje contra o aumento do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) e do endividamento da dívida pública alegando que a situação actual do País é “complexa e difícil”.
A posição foi manifestada pela secretária-geral, Joaquina Almeida, após uma audiência com o Presidente da República, José Maria Neves, para abordar questões sobre a situação económica e social do País e o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano económico de 2022.
“Somos contra tudo e mais alguma coisa porque os trabalhadores estão a ser deixados para atrás”, afirmou a sindicalista, que tem uma apreciação negativa sobre o OGE que vai ser debatido no parlamento, no final deste mês.
A secretária-geral avançou que o encontro serviu para falar sobre a “situação complexa” que vivem os trabalhadores cabo-verdianos, a “subida abrupta” dos impostos, “aumento do custo de vida e o empobrecimento” das famílias.
“A nossa reivindicação é exigir a reposição ainda que mínima do poder de compra dos trabalhadores e o aumento do salário mínimo nacional”, apontou Joaquina Almeida, que assegurou que essas propostas foram apresentadas no encontro de Concertação Social mas não foram absolvidas.
Revelou que o Governo não discutiu nem apresentou aos sindicalistas a proposta do aumento do IVA de 15 para 17 por cento (%).
Joaquina Almeida continua a defender o aumento do salário de 2%, por considerar que a situação do País é difícil e requer o esforço de todos.
“O Governo sempre descarta e tudo que vem da parte dos trabalhadores não liga, e esqueci que são os trabalhadores que contribuem para o desenvolvimento e produção do País”, referiu a sindicalista, que exige “mais respeito” para com os trabalhadores cabo-verdianos.
A sustentabilidade do sistema de segurança social é outra questão que preocupa a UNTC-CS e que foi partilhado com o chefe de Estado, José Maria Neves.
“Pedimos a influência da sua magistratura no sentido de ver o que fazer para os trabalhadores cabo-verdianos”, disse.
O Orçamento Geral do Estado para 2022 é de 73 mil milhões de escudos, representando uma redução de 2% em relação ao actualmente em vigor.
Prevê um crescimento até 6%, para fazer a ponte entre a pandemia e a retoma económica, conforme dados apresentados anteriormente pelo vice-primeiro-ministro.
AV/AA
Inforpress/Fim