Mindelo, 08 Mai (Inforpress) – Os passageiros que passarão a viajar entre as ilhas sem casos de covid-19 vão ser submetidos a controlo de temperatura e obrigados ao uso obrigatório de máscaras, de acordo com medidas hoje anunciadas pelo Governo.
Conforme o ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, que falava em conferência de imprensa na manhã de hoje, no Mindelo, já está autorizada a retoma das ligações inter-ilhas, mas estas estão dependentes de várias restrições para evitar a propagação da doença covid-19.
Entre estas, os passageiros passam agora a fazer check-in e sujeitos a medição de temperatura corporal e ainda com distanciamento social de dois metros, mantido através de fitas de distanciamento nos gares e nas entradas dos navios.
“Sendo que os passageiros terão que mostrar que têm mascaras para poderem fazer as viagens, as máscaras passam a ser obrigatórias a partir de 25 de os passageiros têm de fazer prova disso”, asseverou a mesma fonte, adiantando que, para facilitar, os postos de venda de passagens vão ter estoque de máscaras.
A lotação das embarcações também será diminuída para 30 a 50 por cento (%), dependendo da embarcação.
“A embarcação que faz São Vicente/Santo Antão irá ter, pelo menos, 200 pessoas, e a que irá ligar São Vicente/São Nicolau/Sal irá ter no mínimo 150 pessoas”, anunciou Paulo Veiga, acrescentando que os navios e as gares terão plano de controlo sanitário e todos os portos obrigados a disponibilizar um espaço para isolamento de casos suspeitos.
Também toda a tripulação dos navios são obrigados a usar equipamentos de protecção individual e com espaços desinfectados com “muito mais frequência”.
O ministro da Economia Marítima assegurou ainda que a venda de bebidas alcóolicas vai ser suspensa e os armadores devem criar condições para venda de alimentação e água, a fim de evitar aglomerações nos bares dos navios.
Ainda conforme a mesma fonte será feita a descontaminação no embarque e desembarque de cargas e viaturas.
Paulo Veiga também apelou aos operadores a fazerem descontos de forma a incentivar a compra de bilhetes nas plataformas online e, assim, evitar a aglomeração nos postos de venda presenciais e minimizar os tempos de espera nas gares.
São várias as medidas a cumprir nas deslocações marítimas entre ilhas sem casos activos de covid-19 (Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal, Maio, Fogo e Brava), embora, ajuntou, “excepcionalmente poderá ser autorizado o transporte de passageiros de origem ou destino a Santiago e Boa Vista, com casos activos e ainda em estado de emergência”.
“Isto porque, em caso de emergência de saúde, terá de ser, se não for possível a transferência por via aérea, terá de ser por via marítima”, disse o Governante, que garante a tomada de todas as medidas de precaução.
Neste sentido, o Governo determina duas viagens diárias entre as ilhas de São Vicente e Santo Antão, duas semanais entre São Vicente/São Nicolau/Sal e ainda, pelo menos três semanais entre Fogo e Brava.
Quanto à ilha do Maio, esta terá ligação com outras ilhas, através de Santiago, mas, garantiu, sem desembarque no Porto da Praia.
O navio Praia d´Águada fica destinado ao transporte de cargas entre Santiago e as ilhas de Fogo, Boa Vista e São Vicente.
Questionado sobre os impactos económicos que todas estas restrições podem trazer e com necessidade de o Governo pagar indemnização compensatória à empresa concessionária dos transportes inter-ilhas, Paulo Veiga considerou não ser essa a prioridade, por agora.
“A saúde vem em primeiro e é a nossa prioridade, iremos analisar os impactos, claramente que irão ter, mas é um custo que o estado terá que assumir”, sublinhou o governante, para quem estas medidas estão a ser tomadas para evitar a circulação do vírus.
Por esta mesma razão, segundo a mesma fonte, apela-se aos passageiros para limitar as viagens ao “indispensável e ao mínimo necessário” e que “cada cabo-verdiano faça a sua parte”.
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Inforpress/Fim