Sindicato “preocupado” com situação laboral no País fala em “graves violações” de direitos dos trabalhadores

Cidade da Praia, 27 Out (Inforpress) – O presidente do Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Serviços, Agricultura e Afins (Siacsa) manifestou hoje “preocupação” com a situação laboral vigente no País, apontando “graves violações” dos direitos dos trabalhadores, reivindicados com manifestações.

Gilberto Lima fez esta observação à Inforpress, chamando de “vergonhosa” a situação sociopolítico laboral em Cabo Verde neste primeiro trimestre, destacando greves e manifestações, “descontentamentos generalizados” dos trabalhadores e “violações dos direitos dos trabalhadores em todo o País”.

Explicou que o Siacsa cancelou hoje a greve dos trabalhadores da Câmara Municipal da Boa Vista, que tinha prevista, mas disse que a organização aguarda agora o cumprimento dos compromissos assumidos pela autarquia e que não haja também represálias aos seus funcionários.  

Avançou a necessidade da reposição do poder de compra, isto é, indicou, dos trabalhadores mais vulneráveis, com situações salariais precárias e aumento sistemático de bens e serviços como a água, energia e gás, além de outros bens de primeira necessidade.  

“Deparamos com a morosidade da Justiça, particularmente no tribunal de trabalho, temos desemprego elevado na camada jovem, atropelo da lei por parte da empresa Frescomar em São Vicente na resolução de problemas de dos trabalhadores, dos quais o Governo deve promover urgentemente uma acção para a situação reinante neste sector de actividade económica”, assinalou.  

Segundo o sindicalista, há também atropelo dos direitos dos trabalhadores na Delegacia de Saúde na ilha da Boa Vista, por causa da filiação sindical, e  os vigilantes de segurança privada aguardam pela melhoria salarial que não é atribuída.  

Gilberto Lima referiu-se também ao alegado “abuso de poder” na Câmara Municipal de São Domingos, sobretudo “pressões sobre os funcionários”.

Por outro lado, criticou “o fraco desempenho” da Inspecção Geral do Trabalho (IGT) em todas as ilhas, com destaque para Sal, Boa Vista e São Vicente, onde há “demora excessiva” na resposta aos problemas laborais, pelo que apelo ao cumprimento da lei que assiste os trabalhadores que procuram esses serviços como refúgio dos seus direitos.  

“O Siacsa vem acompanhando todas estas situações e está a tentar fazer cumprir a lei, mas não está sendo fácil sem o contributo da IGT e dos tribunais”, sublinhou.

Contudo, Gilberto Lima acrescentou que os trabalhadores devem ser tratados como promotores de produção e criação de riquezas, as empresas empregadoras devem ser mais dialogantes e com menos violações de direitos dos trabalhadores, enquanto o Governo deve criar mais diálogos tripartido, repor o poder de compra dos trabalhadores e criar incentivos ao emprego.  

HR/AA

Inforpress/Fim

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