São Vicente: Especialista diz que é preciso continuar com actividades de rastreio mesmo com a vacina contra o HPV

Mindelo, 19 Nov (Inforpress) – O coordenador das jornadas científicas em Biologia e Saúde da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), António Pedro Delgado,  afirmou no Mindelo que a vacina contra HPV não dispensa o rastreio do cancro do colo do útero.

António Pedro Delgado, que é especialista em Saúde Pública e assumiu as funções de director nacional da Saúde de 2010 a 2015, falava à imprensa à margem do encerramento das jornadas científicas em Biologia e Saúde da Uni-CV, em que um dos temas versou sobre a vacina do Vírus do Papiloma Humano (HPV), que causa o cancro do colo do útero, introduzido há pouco tempo em Cabo Verde para as meninas dos 10 aos 13 anos.  

Segundo o médico, para o Governo e para o País, a vacina contra o HPV  é “uma grande esperança” para as filhas, netas e mulheres jovens de se transformarem em adultas livres  do cancro do colo do útero.

Não obstante isso, o mesmo enalteceu o esforço que vem se fazendo na detecção precoce do cancro do colo do útero, defendendo que é preciso continuar com os rastreios.

“A vacina não vai dispensar as  actividades de rastreio, temos que continuar a fazer  e vincou-se aqui a diminuição do número de senhoras que morreram  por canso de colo do útero, de há uns anos para cá, em função de todos  os rastreios, que foram feitos com a detecção precoce e o tratamento”, afirmou.

 Conforme António Pedro Delgado, o cancro do colo do útero  é uma doença que pode ser evitada, com a vacinação, pode ser prevenida com rastreio e pode ser tratada e curada, sobretudo, se for diagnosticado precocemente.  

“Temos exemplos já no País de várias senhoras que obtiveram este êxito”, ilustrou.

Além da vacina contra o HPV, durante as jornadas científicas foi debatido também a vacinação contra a covid-19, e o negativismo à sua volta.

A este propósito, o responsável defendeu que é preciso “combater as estórias” contra a  vacina, realçando que em Cabo Verde  “a vacinação é feita mesmo antes do País ser uma nação independente” e, portanto, “não há razões para a copiar negativistas e atitudes de outros lugares”.

 “Supõe-se que toda a gente hoje tem a noção da importância da vacina da covid-19 no abrandamento deste problema. A covid-19 não acabou, mas amainou-se e eu acredito que, à medida que fomos devolvendo, a vacinação vai ser um sucesso”, garantiu, defendendo que o trabalho de vacinação que tem sido feito no País, poderia ter sido melhor, mas está surtindo efeito.

As jornadas científicas em Biologia e Saúde da Universidade de Cabo Verde contaram com a participação de cerca de 30 especialistas de Cabo Verde,  Brasil e de Portugal  e teve como objectivo analizar, de diferentes perspectivas, a vacinação.

CD/AA

Inforpress/Fim

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