Santiago, Fogo e São Vicente são as ilhas com mais casos de cancro de mama e de colo de útero, disse especialista

Cidade da Praia, 26 Out (Inforpress) – Santiago, Fogo e São Vicente são as ilhas com mais casos de cancro de mama e do colo de útero registados no País, disse hoje a especialista Hirondina Borges que avançou o atendimento de 66 pacientes em quimioterapia.

A declaração da especialista em oncologia, Hirondina Borges, aconteceu hoje durante a cerimónia de abertura das actividades de rastreio oncológico e palestras promovidas pela direcção do Hospital Universitário Dr. Agostinho Neto no âmbito do Outubro Rosa.

Em declarações à imprensa, Hirondina Borges avançou que o objectivo é sensibilizar os profissionais da Saúde sobre o cancro de mama e do colo do útero considerado um problema no país e a nível mundial.

“O cancro da mama é a mais frequente no país e está em primeiro lugar em termos de incidência, seguindo-se o cancro do colo do útero na população cabo-verdiana, sobretudo nas ilhas de Santiago, Fogo e São Vicente”, disse lembrando de estar a falar de acordo com os registos dos doentes atendidos nos hospitais do País.

Perante este facto, a especialista em oncologia realçou a importância de as mulheres terem em mente o quanto é relevante a realização de um rastreio oncológico e saber mais sobre o que é a oncologia e como fazer o auto-exame mamário.

Referiu ainda que enquanto responsável do serviço de oncologia e no dia-a-dia do trabalho não se deu conta de ter havido paralisação ou menos atendimento de doentes de cancro durante a pandemia covid-19.

“Nós temos vindo a fazer o atendimento sempre, pelo que a pandemia não afectou o atendimento aos doentes oncológicos no hospital”, afirmou, sublinhando que o acesso a consultas e exames permaneceu igual em tempos de covid-19.

No que se relaciona aos cancros do útero e da mama, sublinhou que a maioria dos pacientes com cancro do útero e da mama são jovens, com idades compreendidas entre os 40 e os 50 anos.

Devido a esta constatação admitiu a necessidade de se realizar um estudo na população cabo-verdiana com o propósito de se saber sobre os factores que podem ser hereditários, estilo de vida ou alimentar.

“Infelizmente a maior parte dos casos detectados estão na fase 3 ou 4, a fase já mais avançada, mas apesar disso temos feito tudo para termos sucesso nos tratamentos”, asseverou.

A directora do serviço de maternidade, Iolanda Landim, ao fazer as honras da casa disse que a intenção é “cuidar dos cuidadores” e consciencializar as mulheres sobre o cancro e as formas de prevenção.

“Com estes ensinamentos aumentamos os conhecimentos teóricos das nossas colaboradoras que, por serem pessoas que trabalham no hospital, vão transmitir o que apreenderem às famílias e amigos, permitindo com que haja multiplicação de informação”, disse.

Com esta actividade que se enquadrada no Outubro Rosa, o hospital pretende reduzir a mortalidade por cancro, através de diagnóstico cada vez mais precoce da doença e de lesões precursoras, bem como promover, informar e educar para a saúde das mulheres colaboradoras da instituição.

Durante os dois dias de actividade a equipa do hospital da Praia vai realizar palestras informativas sobre a apalpação da mama, distribuição dos materiais informativos, exames de palpação mamária e mamografia.

PC/HF Inforpress/Fim

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