Espargos, 03 Out (Inforpress) – Os reajustes nos preços dos combustíveis têm incomodado os taxistas e proprietários de transportes públicos, no Sal, cujos profissionais, segundo o presidente da Associação de Táxi, têm “sentido no bolso o peso desses constantes aumentos”.
Adalberto Silva, que falava à Inforpress sobre a situação por que passa a classe, apontou que o aumento do preço dos combustíveis, a redução dos ganhos provocada pela conjuntura da covid-19 e o “elevado custo” da manutenção das viaturas são as principais reclamações dos motoristas.
Considerando a situação “complicada”, Bats, como é também conhecido, disse que os profissionais da área estão a trabalhar “no limite”, com a perda de clientes e turistas, uma vez que a ilha do Sal foi “fortemente afectada” pela pandemia.
“Essa situação de aumento do preço dos combustíveis no País é caricata, mas julgo que não é só em Cabo Verde, mas Cabo Verde, como um País pobre, tem exagerado no aumento do preço dos combustíveis, o que tem incomodado, desanimado mesmo os taxistas e os proprietários de táxis e de carros de aluguer, no caso concreto”, exteriorizou.
O responsável questionou a situação, referindo que o salário mínimo no País é de 13 mil escudos, entretanto “tudo” está a subir de preço, “desde alimentos, electricidade e água”, afectando “duramente” o orçamento das famílias.
“Essa situação é incomportável para o bolso dos cabo-verdianos. No caso concreto dos taxistas, assistimos o aumento de combustível e não há aumento no tarifário”, precisou.
Neste particular, Adalberto Silva avançou que a Associação de Táxi pretende apresentar uma proposta à Câmara Municipal do Sal no sentido de rever e regular o tarifário dos fretes a partir do aeroporto/Santa Maria e vice-versa, no transporte de turistas, particularmente.
“Um turista não pode chegar ao País, tomar um táxi com toda a sua bagagem, andar 20 quilómetros e pagar mil ou mil e duzentos escudos. Lá fora não é assim. Apanhar um táxi no estrangeiro não é barato. Levar malas na bagageira também tem um preço”, observou, apontando que no Sal a maioria dos táxis ultrapassaram já a idade de dez anos, pelo que os profissionais da área ficam a trabalhar só para mudar peças e pôr combustível nas viaturas.
Na qualidade de presidente da Associação de Táxi, mas também taxista proprietário, Adalberto Silva apelou à união de classe.
“Muita humildade e respeito uns pelos outros. A pandemia foi uma lição de vida, em que toda a gente deveria reflectir e tirar as suas ilações. Já estamos sentindo os efeitos da retoma do turismo, mas devemos agir com serenidade, e não de forma egoísta. Todos temos responsabilidade e já passamos por maus bocados. Bem-haja a abertura e que cada um recupere o seu dia de trabalho, colocando no lugar do outro, do colega”, considerou.
SC/AA
Inforpress/Fim