Cidade da Praia, 23 Abr (Inforpress) – O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, está confiante que nesse “momento desafiante”, provocado pela pandemia da covid-19, os professores encontrarão o caminho para continuarem a ser “veículo privilegiado” de transmissão de conhecimento aos alunos.
Na sua mensagem alusiva ao Dia do Professor, que hoje, contrariamente aos anos anteriores, é celebrado em condições “particularmente complexas”, Jorge Carlos Fonseca adiantou que tem acompanhado as preocupações que os diversos representantes dos professores têm manifestado sobre a continuidade do presente ano lectivo, sobre o ensino à distância e sobre os obstáculos que os professores têm de enfrentar neste momento.
O chefe de Estado deixa claro que a covid-19 veio mudar a forma de estar em sociedade e obrigando a todos a usar “tudo o que dispõe e conhece” para continuar a proteger “valores que são importantes e determinantes”, como é o caso da educação.
“Confio, pois, que os professores encontrarão o caminho para continuarem a ser o veículo privilegiado de transmissão de conhecimento a todos os seus alunos. Talvez haja momentos – como o que vivemos – em que temos de ponderar o fundo significado do ditado ‘o óptimo é inimigo do bom’”, referiu.
“Mas, igualmente, é nestas conjunturas muito difíceis e complexas que vós, professores, sois obrigados a socorrer-se da principal ferramenta de que dispõem: a arte de ser professor, e com essa arte, que é só vossa, encontrar uma forma de chegar o coração e à mente dos vossos alunos”, acrescentou.
Saudando a classe pelo seu dia, o Presidente da República frisou que nos diferentes níveis de ensino, do pré-escolar ao universitário, a presença do professor é uma constante, cada vez menos como transmissor do conhecimento, depositário do saber, mas como orientador ou parceiro na construção do conhecimento.
Neste sentido, salientou que nos tempos que correm, numa sociedade em transformação constante, na qual a escola procura redefinir o seu papel, o professor, como “pedra angular” do sistema ao serviço das pessoas e da colectividade, tem a “ingente tarefa” de assumir a missão de mediador entre um sistema estruturado para um mundo relativamente estável e uma realidade em transformação.
“A escola, enquanto instituição, tem procurado acompanhar esse movimento tão intenso quanto irreversível, mas enquanto essa adaptação global não ocorre, o professor tem de criar respostas para situações para as quais nem sempre teve tempo e condições para se preparar”, realçou.
Por isso, defendeu que as circunstâncias obrigam a uma permanente e quotidiana formação em exercício, para não ser ultrapassado pelo “ritmo avassalador” dos acontecimentos, o que implica “um esforço muito apreciável”.
Neste sentido, incitou os professores a preparem-se para o debate que se seguirá, pois considerou que a educação e os professores serão “elementos essenciais” na definição dos novos rumos, na construção de novos horizontes e continuarão a desempenhar o “insubstituível papel de faróis da nossa sociedade”.
Na sequência do estado de emergência e de confinamento social devido à pandemia da covid-19, e que está a impedir as aulas presenciais, o Ministério da Educação decidiu arrancar, na próxima semana, com o ensino à distância, com transmissão de conteúdos pelas rádios e televisões.
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