Presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde desafia o “pequeno grupo” a recorrer ao Tribunal (c/áudio)

Cidade da Praia, 26 Nov (Inforpress) – O presidente cessante da Cruz Vermelha de Cabo Verde, Arlindo Soares de Carvalho, refutou hoje as acusações de um “pequeno grupo” de que é ilegal a assembleia geral da instituição, desafiando o mesmo a recorrer ao Tribunal.

“Esta assembleia geral [da Cruz Vermelha de Cabo Verde] resulta dos estatutos, que dispõem que a assembleia geral da Cruz Vermelha deve reunir-se de quatro em quatro anos”, esclareceu Arlindo de Carvalho, para quem é “isto que está a acontecer”.

Arlindo Soares de Carvalho fez essas considerações, em entrevista à Inforpress, à margem da XII Assembleia Geral da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV), que decorre hoje e sábado, na Cidade Velha, sob o lema: “Juntos somos imparáveis”.  

Segundo ele, o “barulho que o pequeno grupo, que nem sequer está em dia com os acontecimentos da Cruz Vermelha, disse que foi ao Tribunal, mas até ao momento não fomos notificados”.

“Este mesmo pequeno grupo já tinha ido à Presidência da República e ao primeiro-ministro e nada resultou”, frisou, lembrando que estes “ditos voluntários não participam nas actividades da Cruz Vermelha, sobretudo em situações de crise”.

Citou o exemplo da situação de pandemia de covid-19 que, conforme afirmou, “não se registou a presença desses ditos voluntários”.

“A Cruz Vermelha tem uma estrutura. Temos uma dimensão concelhia onde poderão participar nas actividades, colocar as questões e temos os órgãos nacionais que poderão decidir sobre as questões colocadas”, comentou Arlindo Soares de Carvalho, acrescentando que quem quiser ser Cruz Vermelha e defender as suas causas “tem de estar inserido nas estruturas e não estar fora delas, para depois ir à comunicação social e às redes sociais atacar os órgãos”.

“Um bom voluntário da Cruz Vermelha não ataca os órgãos da Cruz Vermelha”, indicou o presidente da maior instituição cabo-verdiana de solidariedade social.

A XII Assembleia Geral da CVCV conta com a participação dos 19 presidentes dos concelhos locais, representantes da juventude, membros cessantes do Conselho Superior, consultores e encarregados dos programas.

“Toda a família Cruz Vermelha está aqui reunida, com excepção deste dois ou três não querem alinhar-se com a Cruz Vermelha”, apontou, acrescentando, entretanto, compreender a atitude dos contestatários, porque as “reformadas introduzidas na CVCV trouxeram inquietudes”.

“Eu, Arlindo [Soares de Carvalho], enquanto presidente da Cruz Vermelha, não vou responder a essas pessoas, porque se eu falar muita coisa vai complicar-se. Deixemos a Cruz Vermelha fazer o seu trabalho. Quem quiser ajudar, que venha, em vez de estar ali na praça pública a tentar denegrir a imagem dos seus órgãos”, sugeriu.

Confrontado com as declarações do grupo contestatário, segundo as quais vão impugnar a realização da XII Assembleia Geral, o presidente cessante respondeu nesses termos: “Disseram que foram impugnar as decisões da última assembleia extraordinária em 2020 e até hoje não fomos notificados pelo Tribunal. Agora, dizem vão impugnar, então que avancem. Não temos problemas com nada. Estamos em consonância com a lei e com as normas [estatutárias] e vamos realizar a nossa assembleia na normalidade”.

Relativamente à acusação de que o presidente e o vice-presidente têm salário na CVCV, afiançou que na instituição os “voluntários não são pagos”.

“Mas, há uma regra do movimento internacional. Quando você tem um trabalho que é remunerado, existindo um voluntário com requisitos para tal, a prioridade vai para o voluntário”, explicou, ajuntando que na Cruz Vermelha “não pode haver espaço para escravatura”.

Para Arlindo Soares de Carvalho, todas as decisões tomadas mereceram a anuência dos órgãos superiores da CVCV.

“Eles [os contestatários], querendo, devem aproximar-se da Cruz Vermelha, em vez de estarem aí a apedrejar. A Cruz Vermelha é uma instituição muito sublime. Não se pode ataca-la”, sustentou, concluindo que o referido grupo pretende fazer um charme negativo em relação à instituição.

Para o presidente da CVCV, os resultados da sua gestão estão à vista de todos.

“Trabalhamos para as pessoas e todo o mundo que está aqui [na XII Assembleia Geral] está motivado para continuar a trabalhar para as pessoas. Este país merece”, concluiu.

Arlindo Soares de Carvalho é candidato único à presidência da CVCV nos próximos quatro anos.

A cerimonia de abertura da XII Assembleia Geral da CVCV foi presidida pelo antigo Presidente da República Pedro Pires, que foi um dos impulsionadores da criação desta instituição humanitária, enquanto primeiro-ministro.

Neste momento, apenas os municípios de São Salvador do Mundo (Santiago), Ribeira Grande de Santiago e Santa Catarina do Fogo não contam com a presença da CVCV, mas o presidente cessante prometeu trabalhar no sentido de estas regiões do País terem as suas representações.


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