Cidade da Praia, 29 Set (Inforpress) – O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje que a materialização da Ambição Cabo Verde 2030 exige uma ampla participação dos actores do sector público e privado, bem como do sector das organizações sem fins lucrativos.
Ao discursar no encerramento do Fórum Internacional Cabo Verde Ambição 2030, que teve lugar na Assembleia Nacional, na Cidade da Praia, o chefe do Estado defendeu um maior envolvimento da sociedade e uma partilha de responsabilidade entre o Estado e a sociedade nessa implementação.
“Esta cooperação gera e consolida a confiança entre decisões políticos e a sociedade deixando o Estado de ser um instrumento na realização dos objectivos para se assumir, em parceria com os actores sociais, como co-organizador da sociedade para a materialização do bem-comum”, afirmou.
Para o Presidente, em momentos difíceis como este, derivado da covid-19, é preciso envidar esforços para transformar uma “situação trágica” numa “oportunidade única” para repensar a estratégica de desenvolvimento, reavaliar os métodos e metas e reforçar os mecanismos contra as vulnerabilidades económicas e sociais.
Jorge Carlos Fonseca, que considerou que está agenda poderá imprimir “profundas transformações”, que colocarão o País numa determinada rota de desenvolvimento, advogou que o tempo de vida, a longevidade e o valor desta ambição não podem depender do ciclo eleitoral.
Isto porque, justificou, se gasta recursos, tempos e milhões de escudos, que, havendo consenso na sociedade, não serão desperdiçados.
“Um amplo consenso, diria até, um contrato social, será preciso para que, seja qual for a natureza da agenda de desenvolvimento, a sua viabilidade e exequibilidade não dependam das mudanças do Governo”, advertiu o chefe de Estado.
De igual modo, ajuntou, será preciso encetar esforços e executar medidas preventivas para que não ocorra a “síndrome de Cinderela” durante a fase de execução dos programas e projectos da Ambição Cabo Verde 2030.
Isto é, sugeriu, durante o período de vigência da Ambição 2030 há que ter uma “visão, clara, realista de onde estamos, de onde deveríamos estar e onde queremos chegar”.
Ainda, sublinhou, é preciso perguntar em todas as fases “quem está a ganhar e quem está a perder” com políticas e estratégias adoptadas no âmbito desta agenda.
Por agora, segundo Jorge Carlos Fonseca, há que questionar se está ambição, aprovada com 30 compromissos para o desenvolvimento sustentável, é promotora de um desenvolvimento que conduz à “melhoria sustentada da qualidade de vida dos cidadãos, incluindo os mais carenciados”.
Contudo, o Presidente da República espera que esta agenda tenha a “flexibilidade” necessária para incorporar os ajustamentos que se provarão necessários e, quiçá, “indispensáveis” para se fazer face a fenómenos naturais, económicos e até sociais.
Jorge Carlos Fonseca almeja que esta agenda venha pôr a educação dos jovens no centro das atenções, que crie políticas propícia à emergência de empregos duradouras e remunerações incentivadoras, que desencoraje a emigração dos quadros deste País.
“Estes são, na verdade, a condição necessária para que a recuperação económica e a consequente aceleração do crescimento do produto interno bruto sejam possíveis”, frisou.
O Fórum Internacional Cabo Verde Ambição 2030, realizado pelo Governo, terminou hoje com a declaração de 30 compromisso para o desenvolvimento sustentável.
AM/CP
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