Mindelo, 09 Nov (Inforpress) – O novo Presidente da República, José Maria Neves, prometeu hoje durante o seu empossamento que vai reunir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional com “mais frequência” no Palácio do Povo, no Mindelo.
O novel Chefe de Estado, que foi empossado hoje durante uma cerimónia na Assembleia Nacional, na Cidade da Praia, reafirmou o compromisso feito durante a campanha, em que assegurou que, caso fosse eleito, iria reaver o Palácio do Povo para acolher os conselhos da República e Superior de Defesa e para receber as cartas credenciais.
Durante a apresentação da candidatura, José Maria Neves disse que o Presidente da República deve estar “mais presente” em todas as ilhas, “máximo em São Vicente”, onde há também um palácio presidencial.
“Acho que São Vicente poderá ser um palco para as reuniões do Conselho da República, que devem ser realizadas, mais periodicamente, para as reuniões do Conselho Superior da Defesa Nacional, mas também, de vez enquanto, Mindelo deve ser palco para o Presidente receber as cartas credenciais”, sustentou o então candidato.
Ademais, justificou, que ter o Palácio do Povo a acolher estas actividades é um “símbolo importante da desconcentração do poder”, sobretudo, neste momento, continuou acrescentando que é preciso “um novo pacto e um novo equilíbrio de poder entre as ilhas”.
“Termos um gabinete funcional do Presidente da República para que ele esteja presente em São Vicente. E acho que, uma vez por mês, o Presidente deve estar uma semana aqui para receber as autoridades locais, nacionais e estrangeiras, para estar com as pessoas, visitar empresas, analisar com a sociedade civil os principais problemas da ilha e poder expressar os consensos e buscar os entendimentos necessários para que os problemas sejam resolvidos”, concretizou José Maria Neves.
Algo que ficou reafirmado durante o acto de posse, em que considerou que se deve pensar em “construir consensos necessários para reformas de fundo, que vai no sentido das expectativas da sociedade e que levam a modernização das Forças Armadas, numa perspectiva de mais utilidade, capacidade humana mais qualificada e respostas mais eficazes na nossa condição de País arquipélago”.
Ainda, durante o discurso, o Presidente da República reiterou a necessidade de “um novo pacto de poder entre as ilhas, de uma estratégia consensualizada para o reforço da coesão territorial”, em que seja “fundamental” a disponibilização de “mais recursos e mais poder” às regiões.
“Precisamos de um novo pacto de poder entre as ilhas. No quadro deste pacto e de uma estratégia consensualizada para o reforço da coesão territorial, é fundamental a disponibilização, para todas as ilhas, mais recursos e mais poder ”, avançou José Maria Neves.
Cabo Verde, 46 anos após Independência e 30 anos de democracia, é “hoje um País mais aberto ao mundo e mais diversificado”, encontrando-se “num ponto de dar um salto significativo para transformação”, sustentou ainda o chefe de Estado.
As ilhas, avançou, precisam de “mais descentralização, mais desconcentração, mais capacidade humana e mais recursos financeiros e materiais”.
José Maria Neves admitiu estar “nas mãos do País dar este salto”.
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