Cidade da Praia, 09 Nov (Inforpress) – O Presidente da República propôs hoje “um novo pacto de poder entre as ilhas, de uma estratégia consensualizada para o reforço da coesão territorial”, em que seja “fundamental” a disponibilização de “mais recursos e mais poder” às regiões.
“Precisamos de um novo pacto de poder entre as ilhas. No quadro deste pacto e de uma estratégia consensualizada para o reforço da coesão territorial, é fundamental a disponibilização, para todas as ilhas, mais recursos e mais poder ”, avançou José Maria Neves.
Cabo Verde, 46 anos após independência e 30 anos de democracia, é “hoje um País mais aberto ao mundo e mais diversificado”, encontrando-se “num ponto de dar um salto significativo para transformação”, disse ainda o Chefe de Estado.
As ilhas, avançou, precisam de “mais descentralização, mais desconcentração, mais capacidade humana e mais recursos financeiros e materiais”.
José Maria Neves disse acreditar que está “nas mãos” do Pais “dar este salto”.
O discurso do Presidente da República vai ao encontro das expectativas dos municípios de Santo Antão, que desejam contar com “a boa colaboração institucional e disponibilidade” do Chefe de Estado “para ajudar em questões fundamentais” da vida das autarquias.
“A vida das pessoas acontece nos municípios e, neste sentido, gostaríamos de, efectivamente, contar com a boa colaboração institucional e disponibilidade do Presidente da República para ajudar em questões fundamentais”, disse Aníbal Fonseca.
O também presidente da Câmara Municipal do Porto Novo declarou que os municípios continuam a ter “uma grande expectativa” em relação à regionalização, que seria “uma forma de trazer o poder mais próximo das pessoas”.
“O Presidente da República, naturalmente, pode ser uma voz a ser ouvida pelos diversos actores políticos, ou seja, a Assembleia Nacional, o Governo, o poder local, e fazer a ponte que é absolutamente indispensável”, salientou este autarca.
Há, igualmente, outras questões importantes que dizem respeito ao poder local, no entender de Aníbal Fonseca.
“Temos, por exemplo, a questão das assimetrias regionais, a questão da migração”, sublinhou Aníbal Fonseca, para quem a ilha de Santo Antão é “um exemplo flagrante”.
O mais alto magistrado da Nação, no entender deste autarca, embora não seja um órgão executivo, “pode fazer ouvir a sua voz e ser, também, referência para esta matéria relacionada com as assimetrias regionais e inter-regionais” em nome do “equilíbrio, equidade e de maior solidariedade” em Cabo Verde.
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