Porto Novo, 22 Nov (Inforpress) – O município do Porto Novo vive “um dos piores momentos da sua história” como consequência das “más decisões políticas” do actual executivo camarário, que “tem ignorado os munícipes”, declarou hoje o sector do PAICV, em comunicado.
A propósito do primeiro ano de mandato do executivo camarário, o sector do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) no Porto Novo emitiu um comunicado, através do qual considerou que este concelho, a nível do abastecimento de água, está a passar por “uma situação tão difícil”.
“A nível do abastecimento de água, Porto Novo jamais na sua história, esteve em situação tão difícil. Na cidade, a situação é insustentável. No interior, as zonas passam meses sem o precioso líquido”, notou o PAICV, acusando a edilidade de, na localidade de Lajedos, ter ligado água de rega à rede domiciliária.
Trata-se, adiantou a mesma fonte, de uma situação que se vive “há mais de quatro meses”, fruto de uma “atitude irresponsável” da Câmara Municipal do Porto Novo, já que a água disponibilizada na rede “não é apropriada para consumo”.
“Porto Novo e os porto-novenses hoje vivem um dos piores momentos da sua história, fruto das más decisões políticas implementadas por esta edilidade que, na ganância e obcecada pelo poder, ignorou os munícipes. Hoje, todos nós estamos pagando esta factura”, notou o sector local do PAICV.
Nos domínios do saneamento e ambiente, o PAICV entende que “entra ano sai ano” e a autarquia “continua brincando com as necessidades daqueles que cuidam do meio ambiente. Aqueles que têm a responsabilidade de cuidar da higiene do município”.
Os trabalhadores do saneamento, segundo o PAICV no Porto Novo, são “marginalizados, os seus direitos são roubados e continuam a receber a miséria de 9.200 escudos mensais, sem direito à previdência social e sem um plano de saúde ou, por simplesmente, sem condições dignas para laborar”.
No comunicado, o PAICV considera “urgente” a necessidade de se pensar também, numa agenda cultural e desportiva ” à altura dos desafios do município”.
“Em 2016, o então presidente da câmara municipal tinha como uma das bandeiras a mudança do relvado do Estádio Municipal, que, até hoje, continua o mesmo. Tinha também como propósito a construção de um pavilhão desportivo, que foi referenciado em 2018. Até agora nem uma nem outra”, sublinhou a fonte.
O comunicado refere-se ainda ao “desemprego gritante” nas zonas do interior do município, que, segundo as estruturas locais do PAICV, enfrentam “mais um ano extremamente difícil”.
Está-se perante “uma situação extremamente difícil” para as famílias, principalmente, nas zonas altas, onde os criadores de gado, “sem pasto para os seus animais, não tiveram, até ainda, qualquer sinal da edilidade no sentido de ajudar a debelar essa situação”, avançou o PAICV.
No meio rural, as pessoas sentem-se “totalmente indignados” com as condições em que se encontram os caminhos vicinais, segundo o PAICV Porto Novo, que acusa a edilidade de fazer “orelhas moucas” às reclamações das populações quanto à necessidade de se proceder à manutenção das acessibilidades.
O sector do PAICV no Porto Novo referiu-se ainda ao “clima de medo e de terror” instalado na Câmara Municipal do Porto Novo, com “trabalhadores competentes e com muitos anos de experiência a serem colocados na prateleira e outros a sofrer pressão por não ser da mesma cor política do presidente da câmara municipal”.
Acusa ainda o executivo camarário de “nepotismo” ao recrutar para os quadros da câmara municipal “familiares e dirigentes do MpD (partido no poder), sem concurso público”.
A equipa camarária, no entender do PAICV, “passou um ano em campanha eleitoral” e “hoje o resultado é um município estagnado, sem perspectivas de dias melhores. Os munícipes passam por dificuldades enormes”, concluiu.
JM/ZS
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