Porto Novo: Debate sobre município da Ribeira das Patas vai ser retomado – promotores

Porto Novo, 22 Out (Inforpress) – Um grupo de quadros naturais da Ribeira das Patas, que, em 2015, lançou a ideia de dividir Porto Novo em dois municípios, pretende, concluído o ciclo eleitoral em Cabo Verde, retomar o debate à volta desta questão.  

Com a conclusão do processo eleitoral, que conduziu à eleição do novo Presidente da Republica, os quadros, que são defensores do município da Ribeira das Patas, pretendem retomar este debate, segundo o empresário João Baptista Fortes, um dos entusiastas desta ideia.  

Isto, numa altura em que se tem questionado sobre os indicadores de desenvolvimento do concelho do Porto Novo, que tem estado a perder a sua população, sobretudo, jovem, em direcção à emigração e a outras ilhas do País.

Porto Novo, com 557 quilómetros, ocupando mais de dois terços da ilha de Santo Antão, é um dos municípios mais extensos do País, com indicadores de desenvolvimento muito abaixo da média nacional, conforme reconhece o próprio presidente da câmara, Aníbal Fonseca.

 A criação de mais um município no Porto Novo, com vista a “reduzir as simetrias regionais” constitui “uma das razões” sobre a qual se deve debruçar  “de forma descomplexada”.   

“Será que não é momento de,  duma forma descomplexada, trazer o assunto para debate”, questiona João Baptista Fortes, para quem “alguma coisa diferente precisa acontecer” para que “o desenvolvimento seja uma realidade” no Porto Novo.

A divisão do Porto Novo em dois concelhos seria, para os defensores da ideia de criação do município da Ribeira das Patas, uma das formas de se “mudar o rumo das coisas”.  

Para o presidente do Fórum Ribeira das Patas, Nilton Évora, “já está mais do que na hora” de se criar o município da Ribeira das Patas, para evitar que “daqui a dez  ou 15 anos, o interior do Porto Novo fique sem população”

“Temos que agir rapidamente, senão será tarde de mais”, notou o presidente deste grupo cívico, que entende que chegou o momento de se “mudar a mentalidade das pessoas do interior do Porto Novo e mostrá-las que já está mais do que na hora” da Ribeira das Patas tomar o seu rumo”.

Aliás, nos últimos 15 anos, surgiram já duas propostas de divisão do Porto Novo em dois municípios, sendo que a primeira surgiu em 2006, quando o fórum sobre Santo André propôs a elevação dessa freguesia, com sede na Ribeira Cruz, à condição de concelho.

Em 2018, num encontro de reflexão sobre a regionalização em Santo Antão, defendeu-se a criação de mais dois municípios em Santo Antão,  sendo um no Porto Novo e outro em Ribeira Grande, como forma de “reduzir as simetrias regionais” e de “travar o processo acelerado de despovoamento” desta  ilha.

O presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, por ocasião do dia do município (02 de Setembro) referiu-se aos indicadores de desenvolvimento deste concelho que, a seu ver, estão “muito abaixo” da média nacional e disse que o seu executivo está “pronto para trabalhar com o Governo para inverter” esta tendência.

Mais recentemente, numa visita a Santo Antão, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca,   defendeu “um olhar particular” para o município do Porto Novo, que, apesar do seu potencial económico e urbanístico, apresenta “indicadores bem abaixo da média do País”.

Dados do Instituto Nacional de Estatísticas, mostram que Porto Novo, com uma taxa de pobreza de 52%, tem uma taxa de desemprego de 22 por cento (%), sendo que 32% dos jovens estão sem emprego.

JM/AA

Inforpress/Fim   

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