Porto Novo, 28 Out (Inforpress) – A Câmara Municipal do Porto Novo tem em preparação o plano municipal de mitigação dos efeitos da seca neste concelho, que terá como foco o salvamento das 25 mil cabeças de gado que compõem o efectivo pecuário local.
O plano, cujo custo não foi avançado, vai ser submetido “em breve” ao Governo para financiamento na sequência da recente resolução do Conselho de Ministros sobre as medidas de mitigação da seca em algumas ilhas do arquipélago, explicou o vereador da edilidade porto-novense, Irlando Ramos.
A mesma fonte adiantou que a prioridade do plano vai centrar-se no sector pecuário, ou seja, na necessidade de salvar o gado perante a ocorrência de mais um mau ano agrícola no município do Porto Novo, onde os criadores de gado têm exortado, insistentemente, o Governo para a necessidade de apoiar a classe a manter os seus animais.
Além de dificuldades na aquisição de ração, os criadores de gado no concelho do Porto Novo têm estado a enfrentar problemas no transporte de água e alertam o Ministério da Agricultura e Ambiente para a necessidade de dotar este município de mais uma viatura autotanque, já que a única existente não tem conseguido atender à demanda dos operadores do sector.
Tanto nas zonas altas (planalto norte e zona sul) como nos arredores da cidade do Porto Novo, as associações de criadores de gado entendem que “é preciso apoiar já” os pastores que estão em dificuldades para salvar o seu efectivo.
Na zona Sul, os criadores de gado começam a enfrentar o problema de água, numa altura em que as reservas nas cisternas estão esgotadas, informou o representante Irineu da Luz, que adiantou que, além da falta de água, os 30 pastores começam, também, a enfrentar a escassez de pasto.
O representante da associação dos criadores de gado na zona baixa do Porto Novo, Romeu Rodrigues, alertou, também, para a “situação difícil” por que passa já a classe, face ao mau ano agrícola neste concelho, o mais árido da ilha de Santo Antão.
Conforme Romeu Rodrigues, “muitos criadores” já estão a ter “grandes dificuldades” para manter os seus animais, dada a falta de chuva, mas também, por causa do “elevado preço” da ração que chega aos 1.700 escudos por cada saco de 25 quilos.
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