Cidade da Praia, 27 Out (Inforpress) – O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu hoje que a retoma económica é “extremamente exigente” face aos impactos da pandemia, mas reafirmou o propósito de Cabo Verde atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2030.
Ao introduzir o debate parlamentar mensal com o primeiro-ministro (PM), com o tema “Desenvolvimento Sustentável em Cabo Verde”, Ulisses Correia e Silva, falou dos impactos da pandemia sobre as finanças públicas, as empresas e as pessoas.
Por outro lado, referiu-se aos “sinais de retoma” no turismo com a chegada dos turistas e abertura dos hotéis nas ilhas do Sal e da Boa Vista e de um plano de relançamento da economia no pós-pandemia que está a ser implementado para mobilizar parcerias, criar confiança na segurança sanitária e promover o salvamento e o fomento empresariais.
Neste contexto, salientou que é um desígnio nacional posicionar Cabo Verde como um país seguro do ponto de vista sanitário e de saúde pública, aliviar a dívida pública, aumentar a resiliência e diversificar a economia.
“Temos que vencer os desafios actuais e orientar o país para o futuro através de transformações estruturais para atingirmos os ODS. A Agenda 2030 está assente em transformações estruturais orientadas para compromissos geracionais ao nível do ambiente, da acção climática e da economia”, realçou.
Ulisses Correia e Silva explicou tratar-se de uma abordagem de políticas com efeitos de longo prazo capazes de tornar Cabo Verde, no horizonte 2030, num país mais resiliente, com destaque para a transição energética que reduza a dependência de combustíveis fósseis, a estratégia da água para a agricultura, que diversifique as fontes de irrigação para a agricultura, associadas à dessalinização e às energias renováveis.
A boa governança climática para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e reforço dos instrumentos financeiros de resiliência para actuação em casos de choques externos e de emergência através do Fundo Nacional de Emergência, do Fundo Soberano de Emergência e do Fundo Soberano de Garantia são outras metas do Governo.
A intenção, acrescentou o chefe do Governo, é transformar Cabo Verde num país com uma economia mais eficiente, mais diversificada e com maior potencial de crescimento.
Para tal a aposta vai ser colocada no desenvolvimento do capital humano, considerado factor central da criação de riqueza e do processo de desenvolvimento, na transformação digital, no turismo sustentável, no desenvolvimento da economia azul e na potenciação da estabilidade de localização do país.
“É propósito da Agenda 2030, atingir o desenvolvimento sustentável num contexto de estabilidade, segurança e paz social, bom ambiente de negócios e bom sistema de justiça. Atingir o desenvolvimento sustentável com base na criação de oportunidades para a ascensão social e económica das famílias”, realçou.
Neste sentido salientou que atingir os ODS deve ser compromisso geracional que mobilize cabo-verdianos, no país e na diáspora, as empresas, as ONG e os parceiros para a construção de disponibilidade colectiva para o desenvolvimento sustentável e ter a noção clara de que o ciclo de desenvolvimento é muito mais longo e exigente do que os ciclos políticos.
Por isso os olhos devem estar colocados no país e no futuro que quisermos construir”, sustentou.
O debate parlamentar com o tema “Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde” foi proposto pelo grupo parlamentar do MpD.
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