Partidos da oposição acusam líder parlamentar do MpD de fazer apelo ao voto no Parlamento

Cidade da Praia, 15 Out (Inforpress) – Os partidos da oposição, PAICV e UCID, acusaram hoje a líder parlamentar do MpD (no poder), Joana Rosa, de usar a sua declaração política para fazer apelo ao voto no seu partido nas eleições autárquicas de 2020.

Na sua declaração feita hoje no segundo dia da I Sessão de Outubro, a líder parlamentar do Movimento para Democracia (MpD) enumerou ganhos conseguidos pelas autarquias, completando que ainda que todos os autarcas do País estão “orgulhosos” do Governo do MpD, com o qual “não há e nem haverá desvios de recursos para fins outros” porque este é “pela transparência”.

Reagindo em nome do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o deputado Felisberto Vieira classificou a declaração política do MpD como um truque e violação do regimento do parlamento, realçando que, no seu ponto de vista, a deputada Joana Rosa usou os microfones da Assembleia Nacional para fazer campanha a favor dos candidatos do MpD às próximas eleições autárquicas.

“Não é antidemocrático aquilo que fez, só que utiliza um instrumento, um meio ilegítimo para exercer um direito que poderia se feito num outro espaço e não pela via da violação do regimento. A deputada confina os ganhos do poder local ao MPD e a governação do MPD. Não é verdade que o poder local só é forte quando o MpD está no poder”, disse.

Felisberto Vieira frisou, igualmente, que há gerações de autarcas que deram contributo importantíssimo para o ponto onde o País está hoje.

“Quer os que concorreram com as camisolas dos partidos políticos, quer aqueles que ousaram concorrer com a camisola da sociedade civil e como grupo de independentes, mas que ganharam os partidos políticos. É isso que devemos valorizar, isto é que dá vitalidade à nossa Democracia”, completou.

Por seu turno, a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), na voz do deputado João Santos Luís, afirmou ser inadmissível que se aproveite o espaço do Parlamento para fazer apelo ao voto.

“Nós não tiramos a legitimidade de nenhuma intervenção e de nenhuma declaração política feita neste parlamento. Só que em tempos de campanha, faltando dias para o voto, virmos cá no parlamento e fazermos apelo ao voto de forma descarada, aos olhos de todos os cabo-verdianos, não deve ser”, alegou.

Este parlamentar disse ainda que há lugares próprios para se fazer apelo ao voto, não através do parlamento e, por isso, reforçou, a declaração política feita pela líder parlamentar do MpD “não tem eco na comunicação ao povo das ilhas”.

“Ela está a aproveitar um fórum que não é propício para fazer apelo ao voto para que os cabo-verdianos votem no seu partido, nas autárquicas de 2020. Isso não pode ser”, sentenciou.

GSF/FP

Inforpress/Fim

 

 

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