Cidade da Praia, 31 Mar (Inforpress) – A presidente do Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Rosana Almeida, disse hoje que a ONU Mulheres deixou grandes “legados” na luta das mulheres para a igualdade do género em Cabo Verde.
Rosana Almeida, que falava à Inforpress sobre a saída de Cabo Verde da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, afirmou que esta entidade da ONU foi um parceiro “incontornável” do ICIEG a todos os níveis, seja a nível financeiro e de assistência técnica.
“Com esta parceria Cabo Verde conseguiu entrar para um outro patamar a nível de igualdade de género por ter implementado a lei de violência com base no género e a lei da paridade. Hoje com a ajuda da ONU Mulheres conseguimos diminuir a violência com base no género no país passando de uma em cada cinco mulheres vítimas de VBG para uma em cada dez”, disse.
Conforme a presidente do ICEIG, com o apoio da ONU Mulheres o arquipélago conseguiu destacar-se a nível da África e do resto do mundo com o trabalho que vem realizando em prol do bem-estar da mulher.
Para Hermínia Curado, que já foi presidente do Instituto de Mulheres a saída da ONU Mulheres de Cabo Verde deveria ser um tema muito bem “ponderado”, pois, o país ainda não possui todas as condições para caminhar pelos “próprios pés”, particularmente, num momento tão difícil para o mundo com a pandemia do novo coronavírus.
Apesar disso, reconhece que o apoio da ONU mulheres na luta para a igualdade das mulheres foi de muita “valia” para que o país conseguisse as vitórias que hoje divulga neste domínio.
No entanto, admite que a ocasião para o anúncio da saída não foi a mais apropriada visto que o mundo está a ser fustigado pela Covid-9.
Em nota de imprensa o Programa Presença da ONU Mulheres, em Cabo Verde, informou ao país que encerra a sua missão a partir do dia 01 de Abril, depois de dez anos a dar a sua contribuição e assistência em matéria de igualdade de género.
Convém sublinhar que o processo aconteceu à luz da Resolução 72/279 da Assembleia Geral sobre a reforma do Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDS) em que a ONU Mulheres iniciou em 2018 um processo de reforma interna com o objectivo de garantir que a organização estaria “apta para o propósito” a nível global no sistema reestruturado das Nações Unidas.
O objectivo da reforma, explica a ONU Mulheres, é reforçar a presença da agência da ONU no terreno lá onde a sua presença seja mais crítica (países em crise humanitária, em situação de alto risco para mulheres e meninas), dimensionando a organização para cumprir o seu mandato.
Neste sentido, 16 Programas de Presença e três escritórios de países, em todo o mundo, seriam encerrados a partir de 31 de Março de 2020 e o Programa Presença da ONU Mulheres em Cabo Verde era uma delas.
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