Cidade da Praia, 29 Out (Inforpress) – O ministro das Comunidades, Jorge Santos, destacou hoje o contributo da diáspora cabo-verdiana no processo de desenvolvimento e afirmação do arquipélago, acrescentando que os cabo-verdianos são os “verdadeiros embaixadores” da promoção da cultura do País.
O governante fez estas afirmações quando presidia à cerimónia de abertura da Conferência Internacional das Comunidades, sob o tema “Integração dos Cabo-verdianos nos Países de Acolhimento”, promovida pelo Ministério das Comunidades, na Universidade Jean Piaget na Cidade da Praia.
A cultura, de acordo com Jorge Santos, é sem margens para dúvida um dos maiores activos do povo cabo-verdiano, a herança que revela e transporta para todo o lado as especificidades da nação global e a nossa forma de ser de pensar e de agir.
“Os cabo-verdianos que no país e na diáspora contribuem diariamente para que a nossa cabo-verdianidade se afirme, seja mais conhecida, e brilham lá onde estejam, afirmando-se através do vosso trabalho e da nossa cultura são como autênticos embaixadores da nossa cultura no mundo”, declarou.
Segundo este responsável, a dimensão cultural das comunidades cabo-verdianas no exterior representa um marco da cabo-verdianidade e morabeza que no seu entender deve ser preservado e aprimorado diariamente.
Destacou ainda a contribuição de Eugénio Tavares para a história da emigração cabo-verdiana através dos seus famosos escritos e das suas criações musicais, lembrando que a inspiração do poeta está firmemente marcada nas mornas.
“A diáspora cabo-verdiana foi deveras uma temática que lhe foi cara por razões das mais díspares entre as quais destaco o facto de Eugénio Tavares também ser forçado a emigrar para os Estados Unidos. Estas mornas não lhe trouxeram popularidade entre os dirigentes monárquicos que governavam as nossas ilhas, mas deram-lhes glória entre o seu povo, precisamente por ser o primeiro cabo-verdiano a interpretar a dolorosa partida para a terra longe”, afirmou.
Realçou, por outro lado, que Cabo Verde começou a conquistar o seu lugar no mundo com os cabo-verdianos que partiram para a diáspora, afirmando que com contributo da diáspora cabo-verdiana foi possível construir um país de desenvolvimento médio e uma democracia de referência a nível mundial.
Jorge Santos defendeu, no entanto, a necessidade de implementação de políticas activas, capazes de responder adequadamente os desafios da dupla interação, que encerra o fenómeno migratório cabo-verdiano, apontando a importância de se promover maior proximidade entre a diáspora e as instituições nacionais.
O evento enquadra-se nas celebrações do Dia da Cultura e das Comunidades, instituído em Novembro de 2011, e que este ano se celebra sob lema, “Pela Cultura que nos une” e teve como objectivo abordar e dar a conhecer diversos temas importantes para a nossa comunidade nas áreas da educação/formação, integração sociocultural, cívica, politica, económica, tecnológica e outras áreas pertinentes.
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