Cidade da Praia, 17 Nov (Inforpress) – O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, afirmou hoje que não obstante alguns avanços conseguidos nos temas de negociações, os resultados globais da Conferencia Mundial do Clima (COP26) ficaram muito aquém das expectativas iniciais.
O governante fez estas afirmações em conferencia de imprensa sobre o resumo da 26º conferencia Mundial do Clima (COP26) que decorreu de 30 de Outubro a 13 de Novembro na cidade de Glasgow, no Reino Unido.
De acordo com o ministro, a delegação de Cabo Verde participou nas principais reuniões de negociações e em muitos eventos paralelos de interesse para o País, salientando que durante a COP26 posicionou-se favoravelmente a favor de várias iniciativas globais, nomeadamente a declaração sobre a floresta e o uso de terra, a declaração sobre a emissão zero de veículos e a declaração sobre a agenda inovadora do clima.
Segundo este responsável, houve avanços registados na referida conferencia, com destaque para os temas de negociações em matéria do financiamento climático, salientando que Cabo Verde, enquanto país que precisa, ganhou com a oficialização da adaptação às mudanças climáticas.
Outro aspecto que considera um ganho da COP26 tem que ver com o pacote do livro de regras do acordo de Paris que foi finalmente concluído, reforçando que isto significa que passou a dispor-se de normas e procedimentos a serem aplicados por todos para a efectiva operacionalização do acordo de Paris.
“Foi finalmente definido o quadro de transparência que constitui a espinha dorsal do acordo de Paris, ou seja, o mecanismo que permite os países apresentarem da mesma forma os respectivos relatórios de transparência-para que se possa avaliar se os recursos alocados foram efectivamente aplicados na acção climática”, realçou.
O governante disse ainda que houve consenso entre as partes na eliminação progressiva do uso do carvão para fins energéticos e na eliminação da subsidiação ineficiente dos demais combustíveis fosseis, indicando, por outro lado, a grande participação de jovens no evento e exposição de vários avanços tecnológicos como aspectos positivos da referida cimeira.
Apontou, no entanto, a assunção da meta de 1,5ºC como meta não atingida nesta COP, isto tendo em conta os compromissos apresentados pelos principais países emissores de gases de efeitos de estufa, que contribuem para o aquecimento global e a temperatura média do planeta no final do seculo que será aumentada em 2,4 graus.
“Isto é muito mau para o planeta, principalmente para um pequeno país insular como Cabo Verde. A meta estabelecida em 2009 na COP 15, em Copenhaga, de disponibilização de 100 bilhões de dólares para o financiamento climático até 2020 passou nesta COP para 2025, o que dificulta a aceleração da acção climática”. referiu
Lamentou, por outro, o facto de não ter havido consenso em como as perdas e danos resultantes das mudanças climáticas nos países devem entrar no pacote de financiamento global.
De 31 de Outubro a 13 de Novembro, os dirigentes mundiais estiveram reunidos em Glasgow, no Reino Unido, para a cimeira sobre as alterações climáticas (COP26).
Este ano, a ONU realizou a 26ª cimeira anual, com o nome de COP26, em Glasgow, no Reino Unido.
Líderes mundiais, milhares de negociadores, representantes de governos, da indústria e dos cidadãos reuniram-se durante 12 dias para discutir medidas a serem implementadas para manter o aquecimento global médio abaixo dos 1,5ºC.
CM/JMV
Inforpress/Fim.