Tarrafal, 23 Out (Inforpress) – O Museu da Resistência (ex-Campo de Concentração do Tarrafal de Santiago), além da reabilitação patrimonial e física, vai ser dotado de mais conteúdos para que continue a despertar interesse e ser o mais visitado de Cabo Verde.
A informação foi avançada à imprensa pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, à margem da abertura da exposição fotográfica “Memórias do Campo de Concentração do Tarrafal”, patente na antiga secretaria do Campo de Concentração, à entrada do complexo prisional.
A iniciativa, promovida pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC), através do Instituto do Património Cultural (IPC) e do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde (IANCV), enquadra-se no âmbito das actividades do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, assinalado no passado dia 18 de Outubro.
“Só em 2019, antes da pandemia [o ex-campo de Concentração do Tarrafal/Museu da Resistência] recebeu cerca de 15 mil visitas. É o museu tem mais conteúdos e desperta maior interesse em todo o território nacional”, lembrou o ministro Abraão Vicente.
Daí que, segundo ele, essa parceria com o IANCV, que, lembrou, tem o maior espólio daquilo que é a narrativa, a história real e documental de memória de Cabo Verde, vai fazer com que o próprio Arquivo Nacional dê visibilidade aos materiais que são depositados e que habitualmente não são expostos ao público.
Por isso, disse acreditar que o Museu da Resistência sairá a ganhar com essa parceria com o IANCV, tendo em conta que o mesmo não tem o espólio suficiente para contar a história do Tarrafal
“Vamos trazer uma história e uma memória daquilo que foi o percurso do povo cabo-verdiano, através da luta contra a fome, luta pela independência e as várias revoltas populares (…)”, disse numa alusão à exposição fotográfica.
Por outro lado, Abraão Vicente informou que não obstante todas as candidaturas de sítios de memórias estarem paradas na UNESCO, da qual faz parte o ex-Campo de Concentração do Tarrafal, assegurou, que as instituições ligadas ao processo e o próprio País não estão parados.
“Estamos num processo contínuo da valorização do ex-Campo de Concentração, dando mais conteúdos, e continuando a pesquisa que levará eventualmente a entrega do dossiê na Unesco”, garantiu o governante.
Ou seja, ajuntou, que é o que se estão a fazer hoje, com a abertura desta exposição fotográfica sobre o tema “Memórias do Campo de Concentração do Tarrafal”, que mostra as diferentes fases da construção e ocupação do ex-Campo de Concentração.
Na ocasião, o MCIC procedeu ainda ao lançamento do projecto “Resiliência e Resistência na Colónia de Cabo Verde”, que reportará através de documentos e fotografias, contextualizando historicamente períodos e factos de resiliência e resistência identitários das ilhas e que testemunham a memória colectiva da Nação, os períodos negros da história do arquipélago.
Trata-se de um projecto, que visa fomentar e alargar o campo da investigação e da construção do conhecimento sobre a História de Cabo Verde, bem como aumentar o alcance da comunicação e divulgação do acervo arquivístico e museológico do IANCV.
FM/CP
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