Mais de 450 ataques de colonos contra palestinianos desde 2020 na Cisjordânia

erusalém, 14 Nov (Inforpress) – Colonos israelitas realizaram mais de 450 ataques contra palestinianos na Cisjordânia ocupada desde 2020 até meados deste ano, sem a intervenção do exército na maioria dos casos para parar a violência, revelou hoje uma ONG de Israel.

Num relatório de 40 páginas sobre a violência perpetrada por colonos israelitas na Cisjordânia, a organização não governamental (ONG) anticolonização B’Tselem relata a ocorrência de 451 ataques desde o início de 2020 até setembro deste ano, excluindo os registados no vale do Jordão.

De acordo com dados da B’Tselem, o exército israelita não interveio em 66% dos ataques.

No total, os soldados estiveran no local de 183 ataques, incluindo 170 casos em que não fizeram nada ou participaram dos ataques ao lado dos colonos, referiu a organização.

Em declarações à agência AFP, Dror Sadot, porta-voz desta ONG, disse que em apenas 13 casos o exército “interveio junto dos colonos” para “prevenir a violência”.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967. Hoje, mais de 470.000 pessoas vivem em mais de 250 colónias consideradas em violação do direito internacional e espalhadas por este território povoado por quase três milhões de palestinianos.

A colonização da Cisjordânia acelerou nos anos sob a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos da América, país que é o principal aliado de Israel e que a sua administração declarou que as colónias não eram contrárias ao direito internacional.

Segundo a B’Tselem, uma organização que recentemente qualificou de “apartheid” a política israelita em relação aos palestinianos e árabes israelitas, os ataques dos colonos são uma “estratégia” de Israel para tomar “mais terras palestinianas”.

“Em vez de prevenir a violência contra os agricultores palestinianos, o exército desenvolveu um sistema de ‘coordenação’ que trata a violência como um fenómeno estabelecido ”, acrescentou a ONG.

Contatado hoje pela agência AFP, o exército israelita não reagiu imediatamente a essas acusações.

Inforpress/Lusa/fim

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