Cidade da Praia, 18 Nov (Inforpress) – O presidente do INE afirmou hoje que apesar de Cabo Verde possuir um sistema estatístico moderno existem aspectos que podem ser melhorados, pelo que se manifestou aberto e disponível em fazê-lo junto com o continente e as Nações Unidas.
Osvaldo Borges fez estas afirmações à imprensa momentos antes de presidir a cerimónia da jornada comemorativa do Dia Africano de Estatística, que este ano se assinala sob o lema “Modernizar os sistemas estatísticos nacionais para apoiar o desenvolvimento socioeconómico em África” pondo foco nas estatísticas da arte, da cultura e do património.
“Hoje é uma data muito importante, principalmente, pelo sistema de estatísticas de Cabo Verde e de África, em particular, que escolheu o lema que põe foco, sobretudo, na produção de estatística no sector das artes, cultural e do património”, disse.
Por isso, ao explicar a escolha do lema, Osvaldo Borges justificou com o facto de que, no continente, existe um desenvolvimento “muito grande” a nível da produção estatística nas áreas sociais, económicas e financeiras, e défice no sector da arte e cultura.
Para assinalar a data, salientou que foi agendado uma jornada em que o Instituto Nacional das Estatística (INE) vai apresentar um conjunto de produtos estatísticos e de trabalhos feitos, mostrando a necessidade de se melhorar a produção no sector da arte e cultura, apesar de considerar haver algum trabalho feito nessa área.
“Iremos apresentar um documento muito importante que é um Código de Boas Práticas da produção estatística, onde todo o sistema estatístico e representantes dos órgãos sectoriais e que fazem a produção estatística deverão seguir para que tenhamos um conjunto de princípios, regras e normas a seguir na elaboração de dados e possamos assim atingir a qualidade estatísticas que todos almejamos”, realçou.
Referindo-se a trabalho que Cabo Verde pode produzir, tendo em consideração o lema da celebração do Dia Africano de Estatística, o presidente do INE avançou a existência e programação de um conjunto de trabalho, apontando o censo do desporto a ser iniciado em Janeiro de 2022 como um deles.
No domínio da cultura adiantou a necessidade de se fazer inquéritos e outras produções, assim como levantamento de estruturas e agentes.
Na cerimónia da abertura interveio o presidente do Conselho Nacional de Estatísticas (CNEST), Raimundo Lopes, que afirmou que a cultura, devido ao seu carácter transversal e o facto de estar ligado aos sectores, resulta prioritário no sistema estatístico africano à semelhança do que acontece ao movimento europeu, que consegue medir o seu peso na economia.
“É também nosso entendimento que os sistemas do INE devem continuar a melhorar e consolidar as performances apostando na modernização, acompanhado a modernidade que acompanha as exigências dos utilizadores nesta nova era”, disse, felicitando os sucessivos governos por adoptar o INE de normas actualizadas e cuja revisão foi feita em 2019.
Para Raimundo Lopes, “alavancar a África que se quer” e alcançar o Desenvolvimento Sustentável passa, “inevitavelmente”, pela boa utilização dos dados da cultura, arte e património.
Durante a jornada, o INE vai apresentar temas como “Códigos de boas práticas”, “Importância do projecto IV IDRF”, “As inovações das plataformas das empresas” e “Impacto do aplicativo ERETES na produção estatística”.
As indústrias culturais e criativas desempenham um papel fundamental nas economias nacionais por meio de sua contribuição para o Produto Interno Bruto, mas o continente depara com fragilidade na produção e na análise estatística relacionada com o sector que, segundo instituições competentes, marcou sua importância na recuperação económica da covid-19.
Neste âmbito, os sistemas estatísticos nacionais do continente propõem transformar-se e modernizar-se para estarem mais bem equipados para fornecer dados e estatísticas, a fim de apoiar o desenvolvimento socioeconómico em África.
O Dia Africano de Estatística comemora-se em todos os países africanos, a 18 de Novembro, e este ano sob o lema “Modernizar os sistemas estatísticos nacionais para apoiar o desenvolvimento sociocultural em África”, respondendo assim o tema do ano 2021 da União Africana em que o foco é “Artes, cultura e património: alavancas para construir a África que queremos”.
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