Espargos, 17 Nov (Inforpress) – Responsáveis de algumas agências de viagens e turismo, na ilha do Sal, dizem estar divididos entre “dúvidas e certezas” face aos sinais de retoma, devido à baixa confiança dos viajantes, resultante da incerteza contínua sobre a pandemia.
As agências de viagens estiveram entre os negócios mais afectados com a pandemia da covid-19, e neste momento, quando se nota alguns sinais de retoma, algumas delas não estão muito confiantes, enquanto outras permanecem ainda fechadas, já que as restrições de viagens são vistas como a principal barreira, e o fluxo turístico “nada animador”.
A jovem empresária Hulda Rocha, proprietária da Agência de Viagens Malú Turismo e Serviços, disse encarar o contexto de pandemia com “determinação e profissionalismo”, não obstante as dificuldades e constrangimentos.
Neste “novo normal” em que, conforme disse, já se vislumbra uma luz no fundo do túnel, tendo em conta os sinais de retoma, Hulda Rocha, cuja agência trabalha mais com o mercado doméstico, vê o futuro com bons olhos, embora os voos domésticos e internacionais “testarem” ainda um pequeno ritmo de recuperação.
“Mas isso já dá algum alento. Estamos mais animados porque as coisas, embora não como antes, estão, de facto, a melhorar”, manifestou, explicando que os sinais de retoma reflectem-se no aumento da facturação.
“A nossa facturação já vai aumentando o que nos permite honrar com os compromissos, as obrigações…”, exteriorizou, também feliz, conforme manifestou, por registar que as reservas para o mês de Dezembro, altura do Natal e Fim do Ano, vão a um bom ritmo.
“Tivemos algum constrangimento, porque ainda não tínhamos a programação de voos do mês de Dezembro, isto a nível doméstico, o nosso forte, mas graças a Deus, desde esta terça-feira, 16, tivemos acesso aos planos de voo, e a procura é grande dentro e fora do País”, explicou a empresária.
Optimista, embora ainda diante da pandemia da covid-19, Hulda Rocha que também quer conquistar o mercado internacional, incentiva as pessoas a se vacinarem para que se possa voltar rapidamente à vida normal.
“Se toda a população estiver vacinada é um ponto positivo, não só a nível do turismo, mas à vida social, mais trabalho, menos desemprego, o que poderá melhorar a vida de todos e de cada um”, frisou.
Já Tinó Mosso, gerente da agência Rotas Cruzadas, conta que os seus escritórios continuam fechados porque a sua clientela é da Europa, pelo que continua um tanto ou quanto céptico quanto à retoma, já que Cabo Verde continua sendo, conforme frisou, um destino “muito caro”.
“A retoma vai ser muito difícil porque, por um lado, os custos fixos são muito altos em Cabo Verde, daí que as perspectivas não são as melhores, e por outro, toda essa situação que a Europa está ainda a viver… a abrir a fechar as fronteiras, por causa da pandemia da covid-19”, explicou.
Considerando o cenário, Tinó Mosso disse que a “Rotas Cruzadas” continuam a ponderar a retoma das suas actividades, excluindo, entretanto, a hipótese de trabalhar com o mercado local porque a população de Cabo Verde “não tem poder de compra”.
“O que dificulta os operadores locais arcar com as suas despesas e honrar os seus compromissos”, exteriorizou, acrescentando que o Estado de Cabo Verde tem de estar “muito atento” na promoção do destino Cabo Verde.
“A promoção do País tem sido feita pelos privados. Uma Nação como Cabo Verde tem de ter um despertar das autoridades competentes do sector, no sentido da promoção de Cabo Verde enquanto destino turístico, visando a abertura de novos mercados”, precisou.
SC/CP
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