Cidade da Praia, 23 Out (Inforpress) – O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), em parceria com a Unidade de Gestão de Projectos Especiais do Ministério das Finanças, capacita profissionais de saúde em prevenção e respostas a VBG, exploração e abuso sexual.
A acção formativa, que arrancou hoje na Cidade da Praia, terá duração de dois dias, e visa, segundo a especialista ambiental e social da Unidade de Gestão de Projectos Especiais (UGPE), Larissa Varela, dar aos profissionais de saúde ferramentas que lhes permitem identificar situações de VBG no seu dia-a-dia, atribuindo assim respostas adequadas às vítimas.
“A formação tem o intuito de melhorar o desempenho dos projectos que estão a ser executados com o financiamento do Banco Mundial em Cabo Verde, em particular o Projecto de Resposta de Emergência à Covid-19. A UGPE, como unidade que gere este projecto, tem como papel garantir que todos os riscos existentes no projecto sejam prevenidos (…)”, salientou.
Dos riscos identificados no projecto, citou a responsável, está a violência baseada no género, exploração e abuso sexual e assédio sexual no grupo de profissionais de saúde.
Neste sentido, frisou Larissa Varela, os parceiros do projecto entenderam a necessidade da realização das formações nestas áreas, dirigidas a todos os profissionais associados ao programa de vacinação contra a covid-19.
O propósito, reforçou a especialista, é alertar as pessoas sobre os riscos dos crimes sexuais que podem ocorrer no seio laboral, garantir que sejam formados e cientes de todas as ferramentas disponíveis para a denúncia em casos de ocorrência destas práticas criminosas, mas também que sejam vigilantes nas suas comunidades, prevenido esta prática no âmbito laboral.
Instada se a pandemia contribuiu para o aumento de risco de VBG em Cabo Verde, Larissa Varela disse que a pandemia da covid-19 colocou a maioria das “forças vivas” muito focadas no seu combate, deixando outras áreas vulneráveis.
“Isto quer dizer que deixou algumas vulnerabilidades para outros lados, nomeadamente em estar atento no combate dos crimes sexuais, então, é por isso que queremos manter e salvaguardar os colaboradores do projecto, para que estejam atentos a estes riscos que com a pandemia, ficaram mais fragilizados em termos de combate”, sustentou.
Para Larissa Varela, a problemática de combate à VBG deve ser contínua, pelo que a acção formativa iniciada na ilha de Santiago será estendida para as outras ilhas.
Financiada pelo Banco Mundial, através da UGPE do Ministério de Finanças, a formação deverá temas como “Gênero, como construção social e cultural”, “A Violência Baseada no Género e Lei VBG”, e “Crimes sexuais (incluindo abuso e exploração sexual)”.
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