Cidade da Praia, 11 Nov. (Inforpress) – O Observatório do Mercado do Trabalho confirma o decréscimo do emprego nos sectores informais, mas revela que no emprego formal o decréscimo teve maior profundidade, e que, contrariamente ao que parece, o sector informal é maioritariamente exercido pelos homens.
Ao apresentar o resultado deste estudo à imprensa, a coordenadora do Observatório do Mercado do Trabalho, Alice Varela, disse que os homens são maioria dos que trabalham nos sectores informais, vivem no meio urbano, têm um nível de escolaridade secundário.
“Mas se formos ver a profundidade do emprego informal, percebemos que a mulher está em desvantagem. Do total das pessoas que estão no emprego, 48 por cento das mulheres estão no emprego informal, enquanto os homens representam 52%. Basicamente a questão da idade é fundamental”, clarificou Varela.
A coordenadora avançou que a protecção social e estar inscrito no INPS são fundamentais, porquanto reduzem em demasia a questão do emprego informal, alegando que a ausência da cobertura aos não inscritos priva o trabalhador de férias, da licença de maternidade, e fica desprotegido da protecção social.
“É nesse sentido que estes dados trazem estas informações. Há que apostar, realmente, o caminho passa por estar inscrito no INPS e não só, para que as pessoas possam ter acesso à segurança social e a pandemia mostrou isso”, referiu Varela, frisando que apesar da pandemia, houve um aumento de inscritos no INPS, sobretudo no sector doméstico.
Solicitado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), especificamente sobre o emprego informal, especificamente no sector doméstico e no ramo de hotelaria, turismo e restauração, a socialização do observatório teve o propósito de melhor inteirar-se da característica do emprego informal.
É que se pretende com este estudo, avançou Alice Varela, auxiliar as autoridades no sentido de tomar as medidas necessárias na promoção do trabalho digno, já que foram sectores mais afectados pela pandemia da covid-19.
O estudo apresentado, teve ainda a finalidade de melhorar a base do conhecimento sobre o emprego informal no trabalho doméstico e no sector formal dos ramos do turismo, hotelaria e restauração, com vista à recolha de subsídios para definição de estratégia consentânea, inclusiva, de promoção do emprego digno.
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