Cidade da Praia, 22 Out (Inforpress) – O Governo exortou hoje o Sistema Nacional de Saúde a repensar a sua política das medidas e intervenções sanitárias, visando “adequar-se ao novo perfil epidemiológico”, ter respostas mais adequadas e diagnosticar atempadamente as patologias.
O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Evandro Monteiro, expôs esta preocupação hoje de manhã durante o “atelier de apresentação do relatório do IDNT II 2020” que decorre na Assembleia Nacional, onde disse ser necessário dar os segmentos devidos em termos de evolução e terapias específicas, seja médica, seja cirúrgica.
“O objectivo maior seria de minimizar as eventuais preocupações de sequelas, bem como evitar o prognóstico tardio que poderá, seguramente, resultar em mortes prematuras”, explicitou Monteiro, para quem, os resultados desta pesquisa vêm ainda reforçar a necessidade de se investir na promoção da saúde, com enfoque na prevenção da doença como um primeiro passo.
Considerando que as doenças não transmissíveis como as cardiovasculares, diabetes, doenças oncológicas representam o grosso das morbidades e das mortalidades a nível mundial, disse que Cabo Verde se enquadra nesta lista, tendo referido que as patologias, consideradas as principais causas da morte no País em 2019 tiveram uma taxa de 157.9 óbitos por cada 100 mil habitantes.
Já os óbitos associados por tumores neoplasia, referenciados como a terceira causa da morte no arquipélago, representam 61.2 por cada 100 mil habitantes, ao passo que as do foro metabólico endócrinas e nutricionais 17.4 óbitos nesse mesmo ano, tendo concluído que no total estas doenças causaram a morte a mais de 230 pessoas por cada 100 mil habitantes em Cabo Verde.
Número que o governante considerou expressivos e significativos, ressaltando, por outro lado, que para além de factores genéticos há outros que são modificáveis, como a má nutrição, o sedentarismo, uso do tabaco, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, o stress, entre outros, descritos como factores de riscos comuns associadas às doenças crónicas.
O inquérito sobre os factores de risco das Doenças Não Transmissíveis (IDNT II), iniciativa do Ministério da Saúde, foi realizado em todo território nacional, de Fevereiro a Março de 2020, contou com a parceira do Instituto Nacional de Estatística (INE) e a assistência técnica e financeira da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O inquérito, de acordo com a organização, permitiu fazer a actualização dos dados referentes aos factores de risco das doenças crónicas não transmissíveis, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, cancro do colo do útero, suicídio e factores comportamentais como consumo do álcool, o tabagismo, hábitos alimentares, sedentarismo, actividade física, entre outros.
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