Governo e PAICV concordam que decisão de abrir fronteira só diz respeito ao Estado soberano de Cabo Verde

Cidade da Praia, 14 Out (Inforpress) – O Governo e o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV- oposição) apresentaram hoje discursos semelhantes quando reagiam às recentes declarações do PCA da CVA, Erlendur Svavarsson, que classifica a abertura da fronteira como “súbita” e “inesperada”.

“Em termos do comentário feito pela empresa sobre a abertura da fronteira, como é óbvio, o Governo não tem e nunca vai consultar com qualquer empresa que seja para determinar uma questão que é da soberania”, disse o secretário de Estado para as Finanças, Gilberto Barros, durante uma intervenção no debate sobre os transportes na primeira sessão plenária de Outubro da Assembleia Nacional, que arrancou hoje.

Segundo este governante, com a abertura da fronteira, a Cabo Verde Airlines (CVA) deverá se “focar na operacionalização dos transportes aéreos e mais nada”.

“Qualquer outra consideração não é bem-vinda. Temos o Estado de Cabo Verde acionista, mas temos o Estado de Cabo Verde como Governo soberano que decide. Decidimos abrir a fronteira, agora a empresa, quando estiver pronta, operacionaliza os voos. É isso que podemos dizer. Senão seria uma consulta que nunca mais acabaria. Então iremos consultar com a TAP, com Air-Senegal? Isso está fora de questão”, pontuou.

Por seu turno, o líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo, acusou a CVA de estar a interferir na soberania do País, completando que “o Governo não tem que dar satisfação a ninguém” neste assunto.

Numa mensagem dirigida na terça-feira aos clientes da CVA através das redes sociais, o PCA da companhia de bandeira nacional “mostrou espanto” pela reabertura dos voos internacionais, se referindo à decisão do Governo como sendo “súbita e inesperada”, dando a entender que a CVA não foi ouvida nesse processo.

GSF/FP

Inforpress/Fim

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