Fundo do Ambiente: “Interesse público ficou prejudicado por incúria do Ministério Público” – vice-presidente da UCID (c/áudio)

Mindelo, 30 Set (Inforpress) – O vice-presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), João Santos Luís, considerou hoje, no Mindelo, que o interesse público no caso Fundo do Ambiente ficou “prejudicado por incúria” do Ministério Público.

O político falava em conferência de imprensa para dar a versão do partido, na sequência do despacho de encerramento de instrução da investigação à gestão do Fundo do Ambiente, que o Departamento Central de Acção Penal levou mais de quatro anos a concluir.

É que, segundo a mesma fonte, se, por um lado, o Ministério Público “andou bem” ao deduzir acusação a alguns arguidos, por outro “andou muito mal” ao “deixar prescrever” alguns crimes.

“Neste caso particular, o interesse público ficou prejudicado por incúria do Ministério Público”, concretizou a mesma fonte, que lembrou que o seu partido vem denunciando “várias situações de irregularidades” na gestão da “coisa pública”, mas diz lamentar, ao mesmo tempo, não ver os partidos MpD (no poder) e PAICV (oposição) fazer o mesmo, independentemente de quem esteja envolvido.

Para a UCID, neste caso do Fundo do Ambiente, o PAICV “não se pronunciou de forma clara” sobre o despacho do Ministério Público e o MpD, sintetizou, “como está no poder”, procura “tirar dividendos políticos” do caso.

“A UCID entende que todos nós devemos zelar para o cumprimento da lei em todas as situações, doa a quem doer, e isso não tem sido feito pelos dois partidos”, declarou Santos Luís, para quem algumas situações de “gestão danosa devidamente denunciadas”, falta de rigor e transparência na gestão do erário público têm sido “relegadas para segundo plano pelo partido no poder”, e outras são tratadas “conforme o interesse e a cor política” de cada sujeito político.

Por fim, nesta mesma linha, o vice-presidente da UCID voltou a pedir ao Ministério das Finanças e ao MpD para se pronunciarem “de forma clara e isenta” sobre alegadas irregularidades na gestão da câmara de São Vicente.

Na mesma conferência de imprensa, o presidente da UCID, António Monteiro, num outro momento, por seu lado, apelou aos actuais gestores da câmara de São Vicente e ao Ministério da Agricultura para juntarem os esforços na reparação e manutenção da estação de bombagem de água da ETAR da Ribeira de Vinha, danificada pelas últimas chuvas, e disponibilizar a água aos cerca de 150 agricultores.

“Esta demora está a perigar a subsistência das centenas de famílias que vivem da dependência da água da ETAR”, concluiu o líder da UCID.

AA/ZS

Inforpress/Fim

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