Fogo: Nuías Silva desafia artesãos a criarem microempresas e a produzirem com qualidade

São Filipe, 19 Nov (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal de São Filipe desafiou um grupo de artesãos a criarem microempresas e a produzir peças de artesanato local “com qualidade” para o mercado local e para as ilhas mais turísticas.

Nuías Silva, que presidia quinta-feira, 18, o acto de encerramento de uma acção de formação com duração de 75 horas ministrada pelo artesão Beto Diogo, que contou com mais de duas dezenas de artesãos, pediu aos mesmos para produzirem “com qualidade”, mas também embalar e disponibilizar as peças no mercado da ilha do Fogo e nos mercados das ilhas de Santiago, Sal e Boa Vista.

Esta formação, segundo o autarca, representa o início daquilo que a câmara projecta para o artesanato local, lembrando que hoje está em voga o turismo nas várias cidades históricas, associado à questão do artesanato e da economia local.

“A câmara e o Governo estão a incentivar a economia e São Filipe não quer estar fora disso, queremos ter uma política clara de incentivo para o comércio local e a partir do comércio gerar rendimentos para as famílias, combatendo vários males sociais e a pobreza”, defendeu Nuías Silva.

Segundo o mesmo, uma das formas é dar formação e depois criar as condições para que os formandos possam desempenhar as suas actividades a partir de ideias de negócio e da criação de projecto de vida, razão pela qual a autarquia vai atribuir um kit com alguns materiais básicos a todos os formandos para que possam iniciar.

A câmara tem uma proposta do artesão Beto Diogo para trabalhar e apoiar a autarquia na questão de definição da “economia de artesanato”, não apenas em arte e cabedal, mas na arte de trabalhar a pedra e a recuperação da parte da cestaria para o mercado turístico e ter produto de qualidade, sem esquecer a arte de estamparia.

“A câmara quer estar ao lado dos artesãos, mas é necessário que estejam mais organizados”, referiu o autarca, sublinhando que com requalificação da cidade de São Filipe pretende dinamizar o comércio, mas não nos moldes em que se encontra.

“Estamos a tolerar a situação de venda ambulante nas ruas porque estamos a trabalhar a requalificação e, estamos a dialogar com as pessoas sobre o que queremos”, reforçou Nuías Silva, sublinhando que a autarquia vai construir pequenos espaços para venda de roupas, mas também espaços para venda de artesanato e produtos da terra de forma organizada.

A Câmara Municipal de São Filipe vai participar na feira de artesanato URDI, em São Vicente, com dois artesãos e por uma representação da própria autarquia, por entender que “é importante” colocar os artesãos de São Filipe em contacto com os de outras paragens.

Para o ano de 2022, em que São Filipe celebra o centenário da sua elevação à categoria de cidade, a câmara quer organizar “grandes eventos” e vai solicitar ao Ministério da Cultura a realização de uma “grande feira” de artesanato, quer por ocasião das festas de 01 de Maio como durante a semana da cidade, que decorrerá de 05 a 12 de Julho, para promover o artesanato e para que os produtos estejam “mais expostos e com maior possibilidade” de venda.

A vereadora da Cultura, Lia Barbosa, indicou que a câmara está engajada em empoderar e aperfeiçoar os artesãos de São Filipe com técnicas de trabalho, sublinhando que uma das formas que tem para apoiar os artesãos é a formação.

O artesão Beto Diogo disse que esta formação é apenas uma etapa e mostrou-se disponível para dar continuidade a este processo formativo e acompanhar os formandos na implementação daquilo que aprenderam durante as 75 horas de formação.

Os formandos agradeceram a câmara por esta acção e pediram mais iniciativas do género para o sector do artesanato de uma forma geral, para que tenham os seus próprios rendimentos.

O encerramento culminou com uma exposição de vários produtos de artesanatos confeccionados pelos formandos ao longo da formação.

JR/AA

Inforpress/Fim

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