Fogo: Câmara abre excepção para satisfazer o pedido de Idalina Coladera para ser sepultada no cemitério de Marcela

São Filipe, 21 Out (Inforpress) – O presidente da câmara de São Filipe, Nuías Silva, disse hoje que a autarquia abriu excepção para satisfazer o pedido e desejo de Idalina Coladera de ser sepultada no cemitério de Marcela, nas proximidades de Salinas.

No acto de homenagem a Catarina Pina Brandão, mais conhecida por Idalina, que aconteceu no salão principal da Casa das Bandeiras, antes do cortejo fúnebre partir para o cemitério de Marcela, Nuías Silva indicou que “falar da dona Idalina Coladera é enaltecer os valores da cultura e da manifestação popular de São Filipe e da ilha do Fogo”, lembrando da figura da mesma a percorrer as ruas de São Filipe “a dançar e a colar” nas festas.

Segundo o mesmo, Idalina que faleceu aos 96 anos, dedicou mais de 80 anos às festas das bandeiras, contribuindo assim, de forma “indelével para a preservação deste importante aspecto da manifestação cultural de São Filipe e da ilha”.

“Era a mais antiga coladeira das festas das bandeiras e a sua morte deixa um vazio, mas também um legado para a posteridade”, referiu Nuías Silva, para quem a morte daquela que era considerada a “rainha das festas da bandeira” constitui um momento de tristeza para todos os sanfilipenses e todos quantos se identificam com as festas das bandeiras da ilha do Fogo.

Este lembrou ainda que a câmara estava e está a preparar uma gala de reconhecimento a várias personalidades da cultura de São Filipe, agendada para o dia 02 de Novembro e Idalina seria uma das homenageadas, mas com a sua partida o reconhecimento, explicou, será feito a título póstumo.

“Neste momento de profunda dor e sofrimento, em nome de todos os sanfilipenses, queremos render a mais profunda e sentida homenagem a uma das suas ‘coladeras’ mais ilustre, e manifestar eterna gratidão à mulher simples, humilde e bem-disposta que foi Idalina”, concluiu Nuías Silva.

Já o presidente da Casa das Bandeiras, Henrique Pires, sem esconder a emoção, afirmou que São Filipe perdeu a “rainha” das ‘coladeras’, lembrando a figura da Idalina, que, segundo o mesmo, “era uma pessoa estimada e compreendida por todos”.

Este disse que a Casa das Bandeiras realizou o desejo manifestado pela Idalina de ser enterrado num caixão do tipo tradicional e no cemitério de Marcela, junto dos seus antes queridos nas proximidades de S. Jorge, onde nasceu no ano de 1925.

“Idalina vai ficar para sempre no coração de todos”, disse Henrique Pires, sublinhando que a Casa das Bandeiras é também a casa de Idalina e continuará a ser a sua casa.

O cortejo fúnebre partiu da residência da mesma no bairro de Lém de Cima, acompanhado de toque de tamboreiros e de ‘coladeras’ em direcção à igreja matriz onde foi celebrada a missa de corpo presente, seguindo depois para a Casa das Bandeiras para a pequena homenagem, rumando depois para o cemitério de Marcela, com uma passagem pela zona de Queimadinha em S. Jorge, onde Idalina nasceu no ano de 1925.

Antes do enterro o professor e agente cultural, Fausto Rosário, fez uma resenha da figura de Catarina Pina Brandão “Idalina”

JR/ZS

Inforpress/Fim

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