Estudo do INE revela que turismo é o sector mais afectado pela pandemia de covid-19

Cidade da Praia, 09 Out (Inforpress) – Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgado hoje, revela que o turismo continua a ser o sector mais afectado pela pandemia de covid-19.

Conforme o estudo do INE a que a Inforpress teve acesso, cerca de 83% das empresas inquiridas afirmaram que, devido à pandemia de covid-19, registaram uma redução no seu volume de negócios.

O estudo revela, ainda, que 75% (por cento) das empresas inquiridas disseram que no quadro do estado de emergência experimentaram dificuldades na entrega das encomendas, tendo 72% apontado estes factores como as principais causas do forte impacto no volume de negócios.

As empresas inquiridas, indica o estudo, atestaram que a pandemia teve impacto na redução no número de pessoal ao serviço, sendo os sectores do turismo e comércio mais afectados.

Segundo o INE, o lay-off foi fortemente apontado pelas empresas como sendo uma das medidas “muito relevantes” do Governo.

O sistema de teletrabalho, aponta o estudo, foi pouco utilizado no segundo trimestre e mais da metade das empresas inquiridas (54%) afirmou que não teve pessoas neste sistema.

Das empresas que optaram pelo teletrabalho, 36% consideram que o mesmo não teve nenhum impacto na produtividade e cerca de 28% são de opinião que o teletrabalho diminuiu a produtividade.

Relativamente à adesão à moratória, como medida de apoio às empresas cabo-verdianas, conforme o estudo, foi “pouco expressiva”.

“Um pouco mais de um terço das empresas inquiridas garantiu ter beneficiado de moratórias no cumprimento do serviço da dívida e quase 60% asseguraram que planeiam beneficiar dessa medida do Governo e das instituições financeiras”, precisou o inquérito.

Por outro lado, 81,2% das empresas responderam que não tiveram necessidade de recorrer ao crédito bancário para pagar salários ou outras obrigações.

“Das empresas que tiveram tal necessidade, 31,3% afirmaram ter beneficiado do crédito em condições mais favoráveis comparativamente a pedidos anteriores”, assinala o INE.

Questionadas sobre os investimentos em curso, 71,6% das empresas afirmaram não ter nenhum em curso no trimestre em estudo e, no entanto, cerca de 25% confirmaram que tiveram algum investimento.

Entretanto, cerca de 30% tencionam reduzir o ritmo dos investimentos devido à pandemia de covid-19, com realce para os sectores do comércio, da indústria e energia.

Quando questionadas sobre as suas expectativas em relação ao fim da actual crise pandémica da covid-19, quase 34% das empresas inquiridas responderam que é a partir de 2022 e 60,4% acreditam em 2021. Aproximadamente, 6% admitem que possa acontecer ainda em 2020.

De realçar que 22,1% das empresas têm a expectativa de que esta crise termine no segundo trimestre de 2021.

O referido inquérito é de periodicidade trimestral e de âmbito nacional, abrangendo as ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boa Vista, que acolhem mais de 90% das empresas activas no país, cobrindo os principais sectores da actividade económica do país, mormente do comércio, turismo, construção, indústria transformadora, transportes e serviços auxiliares aos transportes, actividade de saúde e instituições financeiras e de seguros.

Ao todo, foram inquiridas 350 empresas dos sectores atrás referidos.

LC/ZS

Inforpress/Fim

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