Cidade da Praia, 27 Jul (Inforpress) – A directora executiva da Associação Cabo-verdiana para a Protecção da Família (Verdefam), Elisabete de Jesus, destacou hoje a importância de se desmistificar a primeira menstruação na adolescência e de haver mais diálogo entre os pais e os filhos.
Elisabete de Jesus fez estas declarações em entrevista à Inforpress, à margem da cerimónia de abertura da acção de formação intitulada “Vamos falar sobre a menstruação”, promovida pela Verdefam, no âmbito de uma parceria com o Ministério da Saúde financiada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA- sigla em inglês).
A acção que é destinada a 25 adolescentes, explicou, visa sensibilizar e capacitar adolescentes na faixa etária entre os 10 e 14 anos nas comunidades com informações uteis sobre a menstruação, o sistema reprodutivo, prevenção do abuso sexual e entre outros.
“A Verdefam trabalha na sua componente social e da saúde e a temática da menstruação é pertinente porque é uma questão que sempre abordamos e este ano, no nosso programa de actividades, realizamos esta acção envolvendo adolescentes e durante o dia de hoje vamos preparar as adolescentes sobre como lidar com as mudanças emocionais e comportamentais na adolescência”, asseverou.
Conforme adiantou, a Verdefam já fez três intervenções com acções de formação em alguns concelhos do País sobre este assunto, considerando ser importante que cada adolescente tenha conhecimento, adquira habilidades e esteja preparado para as mudanças que ocorrem no seu corpo.
Defendeu, neste sentido, a necessidade de se desmistificar a primeira menstruação na adolescência e de haver mais diálogo entre os pais e os filhos, acrescentando que a Verdefam quer com esta iniciativa capacitar as adolescentes para serem pares educadoras e realizarem actividades de sensibilização sobre esta temática nas suas comunidades.
“A menstruação ainda é um tabu, mas temos que desmistificar e avançar. Quando lançamos um olhar nas gerações anteriores muitas adolescentes tiveram sua primeira menstruação sem saber de nada, não entendiam nada sobre as transformações ocorridas no corpo, que cuidados devem ter em termos de higiene, a necessidade de procurar um profissional de saúde”, realçou.
Avançou, por outro lado, que essa acção formativa focalizada na saúde sexual reprodutiva na vertente feminina aborda assuntos como a puberdade e as suas transformações, a menarca e o ciclo menstrual, os mitos e as verdades sobre o aparelho reprodutivo feminino e masculino e toda a sua implicação na puberdade, cuidados relacionados à higiene das meninas, bem como falar da campanha “Stop”: Não Toca no Meu Corpo” para prevenir o abuso sexual contra menores.
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