São Paulo, 15 Nov (Inforpress) – A Amazónia brasileira perdeu 877 quilómetros quadrados de floresta em Outubro, destruição 5% maior do que os registos obtidos no mesmo mês de 2020, informou hoje o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
De acordo com os dados registados mensalmente pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real da Amazónia Legal (Deter) do INPE, que monitora o bioma através de satélites, foi a maior área devastada no mês de Outubro desde 2016.
O recorde anterior para Outubro havia sido registado em 2020, com 836 quilómetros quadrados de floresta destruída.
Dados oficiais também indicam que a destruição da Amazónia brasileira no mês passado foi menor do que em Setembro, quando mais de 984 quilómetros quadrados de vegetação nativa foram devastados na área.
A metodologia utilizada pelo Deter é baseada em imagens de satélite do INPE para alertar antecipadamente sobre as áreas que estão sendo destruídas.
No total, foram 4.519 avisos de desflorestação enviados pelo sistema em Outubro.
A desflorestação da Amazónia brasileira acumula cerca de 8.000 quilómetros quadrados nos primeiros 10 meses do ano e está próximo ao valor de 2020, quando 10.900 quilómetros quadrados de vegetação nativa foram cortados na floresta, o maior índice em 12 anos.
Os números divulgados hoje contradizem o discurso do Governo brasileiro na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), onde representantes do país afirmaram que as taxas de destruição da floresta vêm caindo devido à intensificação das acções de controlo e fiscalização para conter a devastação florestal.
O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, garantiu na quarta-feira, em Glasgow, que o Brasil eliminará o “desflorestamento ilegal” até 2028 e que reduzirá em 50% a emissão de gases de efeito estufa até 2030.
Inforpress/Lusa
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