São Filipe, 28 Abr (Inforpress) – A Câmara Municipal de São Filipe prometeu hoje apoiar os criadores de gado na aquisição de milho e ração para alimentação dos seus animais devido a redução de rendimento provocada pela pandemia da covid-19.
A ideia, segundo o edil, Jorge Nogueira, é reforçar apoio que o projecto Rotas do Fogo, implementado pela organização não-governamental italiana (Cospe), está a dar aos criadores com disponibilização de ração e milho.
O autarca avançou que contacto foi estabelecido com a associação de criadores de gado no sentido de ajudá-los na aquisição de milho e ração para complementar os vales/cheques distribuídos pelo Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) para descontos na compra dos dois produtos.
O projecto Rotas do Fogo, no âmbito de plano de contingência, disponibilizou 18 toneladas de ração, mas a quantidade é insuficiente para apoiar todos os criadores e a câmara está a trabalhar com os mesmos para analisar os critérios que foram definidos e os que estão na situação mais difícil.
No âmbito dos programas de mitigação dos efeitos da seca e salvamento de gado, a edilidade promete apoiar os criadores por entender que a situação é mais preocupante com a falta de mercado para leite e queijo, já que tem tido grande dificuldade, sobretudo na transferência de queijo para a Cidade da Praia.
Com relação ao sector da horticultura, Jorge Nogueira avançou que nos próximos dias contactos serão estabelecidos com agricultores para acompanhar a situação junto de alguns perímetros irrigados, nomeadamente de Jardim, Ramos Inglês e Achada Fura Olho, cujos produtos estão na fase de maturação.
Segundo a mesma fonte, vai-se analisar a evolução do mercado interno e possibilidade de escoamento de excedente para a Cidade da Praia, sabendo que maior parte dos restaurantes locais ainda não está a funcionar devido a ausência total de turistas.
Jorge Nogueira, que é também presidente do conselho da administração da Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava), não quis, de momento, pronunciar-se sobre as medidas em concretas para este sector, por ser um assunto a ser analisado pelo conselho de administração da empresa.
Fez saber, entretanto, que a empresa já tinha encomendado um estudo para saber o custo real do custo da produção de água e só com estes dados será possível decidir pela redução da tarifa de água e/ou a satisfação dos pedidos dos horticultores em isentá-los de pagamento de água durante três meses ou subsidia-los em parte.
“Estamos consciente da perda que estão a ter com a falta de escoamento e se os ajudamos a resolver o problema de escoamento dos produtos, a situação não se coloca”, disse Jorge Nogueira.
JR/CP
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