Covid-19/Santo Antão: Exportação do grogue para Europa retomada assim que tudo se normalizar – produtores

Porto Novo, 26 Abr (Inforpress) – Os produtores do grogue em Santo Antão esperam, logo que tudo se normalizar, a nível das restrições de circulação de pessoas e bens, derivadas da pandemia de covid-19, retomar a exportação do produto para o mercado europeu.

A empresa M&G, criada para conservar, promover e exportar a aguardente, e que tem estado na dianteira em termos de exportação do grogue para Europa, ainda não conseguiu, neste ano de 2020, escoar o produto para o continente europeu, mas pensa faze-lo depois do levantamento das restrições.

Mais de dez mil litros do grogue “made in” Santo Antão poderão ser exportados, no decorrer deste ano de 2020, para o mercado europeu, a partir da França, onde este produto está a ser colocado desde 2018.

Simão Évora, representante da M&G, acredita que logo assim que as condições forem restabelecidas, a empresa que, entre 2018 e 2019, exportou cerca de 17 mil litros do grogue para França, retomará a exportação do grogue e derivados para àquele país europeu.

A crise gerada pela pandemia do novo coronavirus surgiu numa altura em que alguns produtores em Ribeira da Cruz, um dos principais produtores do grogue em Santo Antão, se preparavam para exportar o produto para o mercado norte-americano.

Os produtores locais, que têm investido, nos últimos anos, na modernização da sua actividade e apostado no engarrafamento do produto, pensam colocar o grogue produzido nessa localidade nos Estados Unidos da América (EUA), apesar de ser “muito custoso”.

Emídio Alves é um desses produtores que tem como meta exportar para os EUA, país que, no seu entender, tem sido o “principal mercado” para o grogue que se produz em Santo Antão.

Emídio Alves, ex-emigrante nos EUA, e que já coloca o seu produto em várias ilhas de Cabo Verde, acredita que, caso todos os produtores de Santo Antão pudessem exportar, sobretudo para o continente norte-americano, esta ilha “seria outra coisa” a nível económico.

A produção do grogue em Santo Antão, que está muito condicionada, este ano, por causa da pandemia de covid-19, estima-se em dois milhões de litros, anualmente.

Um diagnóstico feito no quadro do projecto de valorização do grogue em Santo Antão concluiu que a aguardente que se produz nesta ilha, efectivamente, “goza de facilidade de escoamento” para os EUA e Europa.

Saliente-se que é o propósito da Associação dos Municípios de Santo Antão proceder à certificação do grogue que se produz nesta ilha, através do laboratório instalado no centro agro-alimentar em Afonso Martinho, Ribeira Grande.

Cabo Verde conta 90 casos da covid-19, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (54), de Santiago (35), e de São Vicente (1). Um destes casos, um turista inglês de 62 anos – o primeiro diagnosticado com a doença no país, em 19 de março -, acabou por morrer na Boa Vista, enquanto outro dos doentes já foi dado como recuperado.

Desde 18 de abril que está em vigor um segundo período de estado de emergência, mantendo-se suspensas as ligações interilhas e a obrigação geral de confinamento, além da proibição de voos internacionais.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios

JM/JMV

Inforpress/Fim

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