Covid-19/Porto Novo: Docente desafia câmara municipal a criar fundo de apoio a alunos mais carenciados

Porto Novo, 29 Abr (Inforpress) – O professor do ensino secundário, Miguel Autinho, residente no Porto Novo, Santo Antão, lançou hoje “um repto” à edilidade portonovense para a criação de um fundo de apoio aos “alunos mais carenciados” na aquisição de equipamentos informáticos.

Segundo este docente, “as condições não estão, para já, criadas para o ensino à distância de modo a que ninguém fique para trás”, modelo que, a seu ver, “trará muitos desafios para alunos, mas também para professores, pais e demais profissionais de educação.

Miguel Autinho aproveitou “o natural cancelamento” das festas de São João 2020, que, no seu entender, “libertará uma boa fatia do orçamento municipal”, para lançar o desafio à câmara do Porto Novo de criação de “um fundo para conseguir equipamentos informáticos e conexão à internet para alunos mais carenciados” deste município.

“Ora, o terceiro trimestre do presente ano lectivo será inédito no nosso país (e no mundo), fruto das condicionantes inerentes à pandemia de covid-19”, adiantou este agente educativo, considerando não ser “preciso suporte de dados científicos” para se afirmar que, “no contexto educativo, não ter acesso a meios informáticos (telemóvel 3G, tablet e computador) com conexão à internet é uma forma de desigualdade”.

Para Miguel Autinho, as desigualdades entre crianças “com e sem” é evidente nas escolas e, “nestes tempos de pandemia, agravam ainda mais por causa das restrições a que as famílias são submetidas”.

“É nesta óptica que seria importante a criação de um fundo para conseguir equipamentos informáticos, e conexão à internet, para alunos mais carenciados do município do Porto Novo”, fundamentou o professor, explicando que o fundo teria “um valor mínimo” assegurado pela Câmara Municipal do Porto Novo, estando, também, aberto à participação de mecenas privados.

A ideia, adiantou ainda, consiste em adquirir tablets para alunos do segundo ciclo do ensino básico obrigatório e para alunos do nono e décimo anos do ensino secundário, computadores portáteis para alunos do décimo primeiro e do décimo segundo anos do ensino secundário e ligações de banda larga por dois meses (Junho e Julho) a todos os alunos contemplados no projecto.

Os alunos beneficiários deste apoio seriam seleccionados pelos agrupamentos de escolas, com a intervenção dos serviços sociais da edilidade, mediante os dados das condições logísticas em casa dos estudantes, para administração de aulas à distância e opções de comunicação, esclareceu.

Este docente acredita que “esta ideia seria uma antecipação do compromisso assumido pelo Governo para o futuro em matéria de ensino à distância”.

JM/ZS

Inforpress/Fim

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