Covid-19/Porto Novo: Associação encara “com muita preocupação” situação dos operadores de pesca – responsável  

Porto Novo, 03 Abr (Inforpress) – A Associação dos Pescadores e Peixeiras do Porto Novo, Santo Antão, vê “com muita preocupação” a situação destes operadores, numa altura em que a pesca neste concelho ficou “estagnada” com a declaração do Estado de Emergência, no País.

Quem o diz é o presidente da Associação dos Pescadores e Peixeiras do Porto Novo, Atlermiro Neves, que explica que, depois da declaração de Estado de Emergência em Cabo Verde, na sequência da pandemia do novo coronovírus (covid-19), a situação da pesca neste município “mudou radicalmente”.

“Com a declaração de Estado de Emergência tudo mudou radicalmente. Mesmo que haja captura, a comercialização estagnou. Ninguém pode vender nas ruas e o mercado de peixe está fechado, dando cumprimento às orientações, com as quais concordamos e respeitamos”.

Antes do Estado de Emergência, decretado pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, os operadores continuavam a faina e a venda do pescado, peso embora já se tivesse tomado “algumas medidas restritivas e sanitárias” que, no entender de Atlermiro Neves, condicionavam a actividade laboral dos pescadores e peixeiras.

Para este responsável, os pescadores e peixeiras no Porto Novo vêem, “de uma forma geral”, a actual situação “com muita preocupação, quer a nível sanitário (segurança durante a faina e venda de pescado), quer no emprego e no sustento das famílias, mas, também, no cumprimento dos compromissos financeiros junto à banca.

“Sabemos que foram adoptadas algumas medidas económicas, financeiras, fiscais e sociais, mas, também, sabemos que a classe se enquadra nessas vertentes e que saberão acautelar os seus direitos, o seu património e o sustente das famílias”, notou o representante dos pescadores e peixeiras.

Disse ter conhecimento de “algumas medidas sociais” que estão a ser implementadas pelo Governo e espera que “os mais vulneráveis” no sector das pescas sejam “acudidos atempadamente”.

“Ficamos preocupados quando ouvimos dizer que só vão beneficiar do valor monetário os comerciantes ambulantes cadastrados. Espero que esta medida abarque os armadores artesanais, pescadores, peixeiras e vendedores ambulantes”, adiantou Atlermiro Neves, que informou que a câmara do Porto Novo já pediu a lista dos operadores para um possível auxílio.

Estima-se que, em todo o concelho do Porto Novo, existem cerca de 300 operadores de pesca artesanais e semi-industriais, distribuídos por três comunidades piscatórias.

JM/ZS

Inforpress/Fim

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