Covid-19: Países lusófonos devem focar-se na ajuda aos mais frágeis – Economista

Lisboa, 09 Out (Inforpress) – A professora de Economia na Nova SBE Susana Peralta defendeu hoje que os países lusófonos africanos devem focar-se nos serviços públicos e numa rede de segurança para ajudar a população mais vulnerável.

“Os bancos centrais devem assegurar serviços públicos e uma ‘safety net’ [rede de segurança] para os mais vulneráveis”, disse a investigadora durante a sua intervenção nos XXX Encontros de Lisboa, que reúne hoje, em formato virtual, os governadores dos bancos centrais dos países de língua portuguesa.

A produtividade e o emprego foram duas das preocupações apontadas pela professora de Economia, que afirmou também que a política monetária pode funcionar nos países emergentes, que não têm taxas de juro muito baixas, mas salientou que os mecanismos de transmissão monetária são geralmente mais fracos nestas economias.

A pandemia de covid-19 e as suas implicações ramificadas a todos os sectores da sociedade devem levar os governadores a pensarem na necessidade de um novo contrato social, defendeu Susana Peralta.

“O contrato social actual nasceu à saída da Segunda Guerra Mundial, e será que a pandemia motiva a necessidade de um novo contrato?”, questionou a investigadora, concluindo: “É um desafio para os governadores, sobre como podem ajudar a construir este contrato social”.

Em África, há 37.680 mortos confirmados em mais de 1,5 milhões de infectados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 208 mortos e 5.958 casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5.062 casos), Moçambique (68 mortos e 9.639 casos), Cabo Verde (71 mortos e 6.624 casos), Guiné-Bissau (39 mortos e 2.385 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 921 casos).

O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de cinco milhões de casos e 148.957 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e três mil mortos no mundo desde Dezembro do ano passado, incluindo 2.062 em Portugal.

Inforpress/Lusa/Fim

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