Cidade da Praia, 22 Abr. (Inforpress) – O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), quer que as autoridades sanitárias alarguem o leque de testes da covid-19 “para comprovar a verdadeira situação do País” e poder tomar as medidas que se impõe neste combate.
Ao intervir na primeira sessão plenária de Abril, focada no debate sobre a crise provocada pela covid-19, os impactos e as suas perspectivas em Cabo Verde, proposto pelo maior partido da oposição, Rui Semedo considerou ser necessário ampliar estes testes como vários países têm estado a fazer, no âmbito da Organização Mundial da Saúde, através de recursos próprios ou de organismos internacionais.
O líder da bancada parlamentar do PAICV sugeriu ainda que o parlamento acompanhe a execução das medidas tomadas, por forma a resolver queixas na implementação das medidas para mitigar os efeitos desta pandemia e exigiu também a normalização de máscaras em Cabo Verde, como mais uma medida para evitar a propagação do vírus.
O deputado fez questão de “alertar o Governo para a necessidade de um tratamento igual, sem discriminação nem favoritismo, para que todos possam aceder aos meios disponibilizados pelo Estado e por outras instituições para salvar o emprego, socorrer as empresas e fazer funcionar esta medida”.
Ainda com esta medida, pediu humildade para se avariar, de forma serena, se as soluções encontradas são as melhores, se as exigências são as mais justas e se os objectivos projectados estão a serem cumpridos, de modo a poder cobrir todas as empresas e operadoras, micro e pequenas empresas, individuais e as colectivas, formalizadas e informalizadas para que ninguém fique de fora.
O PAICV reconhece que o “Governo começou por agir bem” ao tomar as medidas ajustadas à situação do País e que “atrasaram por algum tempo a propagação da doença”, mas disse que “falhas e erros foram cometidos na implementação das medidas que parecem pôr em causa a estratégia inicial”.
“O que parecia estar sob controlo, rapidamente nos escapou das mãos fazendo aumentar o número de testes positivos, particularmente em Santiago e na Boa Vista”, realçou Rui Semedo, para quem com a chegada à fase de transmissões comunitárias, implica aumento de casos e fortes pressões sobre os estabelecimentos de saúde e seus profissionais.
É que, do ponto de vista social, entende o PAICV que a falta da implementação de algumas medidas levou com que neste estado de confinamento “o País vivencie um verdadeiro drama social”, afirmando que pessoas que tinham ultrapassado a barreira da pobreza voltam a não ter rendimento sequer correspondente ao limiar da pobreza.
A este propósito, considerou determinante investir na disponibilização da água para agricultura, consumo e higiene e sugeriu ao Governo a ponderar a possibilidade da distribuição gratuita da água, visando o seu acesso generalizado.
De acordo com dados oficiais da Direcção Nacional de Saúde (DNA), Cabo Verde conta com 68 casos positivos, sendo 52 testados na ilha da Boa Vista, 14 na cidade da Praia, um no concelho do Tarrafal e um na ilha de São Vicente. De referir que dois dos casos em Santiago estão oficialmente registado pela DNA, como sendo contraídos na Boa Vista.
Dos casos confirmados, registou-se um óbito a um cidadão inglês de 62 anos, que se encontrava de férias na ilha da Boa Vista, e um doente dado como recuperado.
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