Cidade da Praia, 05 Mai (Inforpress) – A maioria das empresas considera que as medidas adoptadas pelo Governo são ”muito adequadas” indicam os resultados de um inquérito sobre os efeitos da pandemia de covid-19 nas actividades das empresas nacionais, apresentados hoje na Cidade da Praia.
De acordo com os resultados do estudo, efectuado pelas da Associação de Mulheres Empresárias de Cabo Verde (AMES&CD), 73 por cento (%) das empresas elegeram a redução dos impostos até 50% a fundo perdido como uma das medidas mais adequadas para apoiar as empresas.
Por outro lado, em termos de celeridade de resolução das solicitações, o estudo aponta que as empresas dão “nota negativa” a todas as instituições envolvidas na implementação das medidas.
Em relação ao apoio financeiro, os resultados do inquérito indicam que 48% das empresas recorreram a uma linha de crédito, e que 87% estão a aguardar, sendo que 10% não tiveram aprovação do processo de financiamento.
Aponta ainda que 59% das empresas vão precisar de até 1500 contos para fazerem o reforço da sua tesouraria. “Seis em cada 10 empresas não vão conseguir pagar os impostos do mês de Abril, sendo essa percentagem (81%) maior nas grandes empresas”, adverte.
A nível do emprego, mostra que a maioria das empresas (73%) conseguiu pagar os salários no mês de Março e que, por outro lado, 14% não conseguiram assumir esse compromisso com os trabalhadores.
O inquérito concluiu ainda que 46% das empresas fez ou tenciona fazer algum corte nos funcionários, uma vez que sete em cada dez, com maior impacto nas grandes empresas (85%), não têm capacidade financeira para pagar os ordenados do mês de Abril.
Apresenta os resultados a nível da facturação, apontando que seis em cada dez empresas tiveram que suspender as actividades por causa da crise (65%).
Quanto ao “lay-off” (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho), mais de metade das empresas (54%) pretendem recorrer à esse mecanismo.
O inquérito foi realizado pela AMES&CD e contou com o apoio técnico da Afrosondagem e a parceria das Câmaras de Comércio de Sotavento e Barlavento, de Turismo, Associação das Agências de Viagens de Cabo Verde (AAVT) e Associação de Jovens Empresários de Cabo Verde (AJEC).
O FMI aponta que a economia cabo-verdiana, que cresceu 5,5% em 2019, vai em 2020 ter uma recessão em cerca de -5,5%, com fortes perdas nos sectores do turismo e transportes e nos sectores conexos.
Em Cabo Verde já foram registados 186 casos de infecção pela covid-19 e duas mortes. A situação levou à declaração de emergência que foi renovada por duas vezes em algumas ilhas como Santiago e Boa Vista, e que levou à suspensão das ligações inter-ilhas e com o exterior para transporte de pessoas há mais de 40 dias.
OM/CP
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