Pedra Badejo, 03 Mai (Inforpress) – O Governo considerou hoje que o contexto actual provocado pela pandemia da covid-19 exige de todos, principalmente dos profissionais da comunicação social, maior assertividade, isenção, um novo olhar da profissão e bem comum acima de tudo.
Em comunicado sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se celebra hoje, 03 de Maio, sob o lema “Jornalismo Imparcial e Sem Medo”, o executivo reconheceu que este ano, apesar de ser impossível realizar conferências e debates sobre os desafios do sector, por causa da pandemia, é importante lembrar que a liberdade de imprensa está plasmada na Constituição e é uma “condição sine qua non para uma democracia credível”.
“O novo contexto mundial está a exigir de todos, principalmente dos profissionais de comunicação social, um novo olhar sobre a sua profissão. Sempre com isenção e com objectivo e o bem comum acima de tudo, mas também exige ainda maior assertividade”, lê-se no documento.
Conforme admitiu, neste momento o mundo precisa de uma imprensa forte e um jornalismo de investigação que “informa, esclarece, e impede o monopólio das narrativas e dos factos por parte de instituições e do Estado”.
“Cabo Verde tem o enorme desafio de deixar de constar entre os estados onde a autocensura é apontado como um ponto negativo no ranking da liberdade da imprensa. O Estado está a fazer a sua parte implementando um ambicioso reforço do sector”, mostrou, garantindo que o sector tem conseguido ganhos assinaláveis, resultando em um quadro legislativo e regulatório contemporâneo “bastante sólido”.
Entretanto, alertou que é tempo dos profissionais do sector, nomeadamente os jornalistas, assumirem plenamente todas as prerrogativas constitucionais que estabelecem a plena independência da imprensa e liberdade de investigação.
“Sobre 2020 e sobre a liberdade de imprensa há poucos dias que Cabo Verde conheceu o mais recente Relatório dos Repórteres Sem Fronteiras que sublinhou a notável diminuição da pressão sobre os meios de comunicação público. Um mérito do trabalho do colectivo da comunicação social em Cabo Verde e ao trabalho dos profissionais dos órgãos de comunicação social”, regozijou.
De acordo com a mesma fonte, no relatório dos Repórteres Sem Fronteiras Cabo Verde distingue-se pela ausência de ataques contra os jornalistas e uma “grande liberdade de imprensa”.
Outro ponto destacado tem a ver com a aprovação da proposta do decreto-lei que faz o executivo renunciar do poder de nomear os administradores da Rádio e Televisão de Cabo Verde, órgão público de comunicação social.
“O Governo assumiu desde sempre o compromisso de garantir a independência, a objectividade e o pluralismo da comunicação social como sendo uma das prioridades do País através da promoção de políticas e estratégias específicas para o sector, mantendo distância da comunicação social pública, não interferindo, nem permitindo que seus órgãos ou instituições e autoridades dependentes ou sob supervisão e tutela interfiram na informação que produzem ou divulgam”, enfatizou.
O executivo aproveitou a data para enviar uma mensagem de força e encorajamento a todos os profissionais do sector, que têm estado “na linha de frente” para levar informações aos cabo-verdianos, principalmente num momento em que o mundo enfrenta a pandemia da covid-19.
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