Covid-19: JPAI denuncia “situação difícil” dos estudantes deslocados no País

Cidade da Praia, 07 Mai (Inforpress) – A Juventude do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (JPAI) denunciou hoje a “situação difícil” dos estudantes deslocados devido a pandemia do novo coronavírus e propôs ao Governo um pacote de medidas de apoio e de protecção.

Fidel de Pina convocou a imprensa, na Cidade da Praia, para se debruçar sobre a situação actual dos estudantes no País, sobretudo dos deslocados de outras ilhas, em virtude da pandemia da covid-19, que já infectou mais de 200 pessoas no arquipélago.

Segundo o presidente da organização juvenil partidária, perante a pandemia do novo coronavírus o Governo tomou algumas medidas de carácter laboral, económico e social, mas “deixou de fora” a juventude, em particular a classe estudantil.

Para a JPAI, esses estudantes precisam da atenção do executivo de Ulisses Correia e Silva e devem ser protegidos com um conjunto de medidas, pelo que é preciso respostas “mais abrangentes”.

Questionou ao Governo sobre medidas que dispõe neste momento para a situação dos jovens estudantes que passam por situações de incumprimento no pagamento da renda de casa, e que nas mesmas não sejam confrontados com cortes no fornecimento dos serviços de água ou electricidade nos próximos meses.

O líder juvenil argumentou ainda quais são as soluções para garantir aos jovens a continuidade dos estudos face às dificuldades financeiras, o acesso aos instrumentos fundamentais para acompanhar o ensino virtual, assistir aulas on-line, realizar exames e concluir o ano lectivo.

Por outro lado, disse ainda que o Governo não tomou medidas para apoiar as universidades e manter o funcionamento das mesmas sabendo que neste momento muitas famílias não têm meios para pagar as propinas já que os seus rendimentos foram reduzidos.

No seu entender, esses alunos deviam ter ainda o acompanhamento de psicológicos, porque que a situação actual, declarou, poderá levar muitos jovens a mergulharem em situações mais complexas como a depressão, entre outras.

O presidente afirmou que os pais e encarregados de educação desses jovens dependem essencialmente do sector primário, como a agricultura, criação de gado, pesca ou de transformação como queijos e doces, sector esse que, neste momento, encontra-se “praticamente paralisado”.

Perante esta situação, a JPAI propôs ao Governo uma série de medidas para tentar minimizar e ultrapassar essa situação que afecta muitos estudantes no País, entre elas a criação de uma linha verde para atendimento, cadastrar os estudantes deslocados, recenseamento dos jovens nos municípios e cedência de apoios com cestas básicas através da Ficase.

Fidel de Pina propôs ainda a criação de uma linha de crédito bonificado até 150 mil escudos para os estudantes deslocados com prestações razoáveis, com prazos de 3 a 5 anos para a sua amortização e com o aval de 80% a 100% do Estado para efeito de regularização de propinas, água, electricidade, rendas em atrasos e outras despesas.

“Contemplar através do Orçamento de Estado rectificativo a negociação com as universidades a isenção e a redução de propinas de Março até o final do semestre evitando que os estudantes deslocados mergulharem num processo de endividamento complexo com os seus estabelecimentos de ensino, colocando em risco a conclusão dos estudos”, referiu.

Para finalizar, propôs ainda negociação com as operadoras de telecomunicação no País para pacotes de internet social para os estudantes bem com sua possível subsidiação para permitir que acompanhem os estudos na modalidade virtual.

AV/AA

Inforpress/Fim

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