Cidade da Praia, 30 Mar (Inforpress) – O Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) adoptou medidas de protecção e acção rápida através de email e SMS, para dar respostas a casos de violência que possam surgir em tempo de quarentena.
“Em tempos de isolamento de famílias, há sempre tendência a aumento de casos de violência, pelo que quando começou a surgir os primeiros casos de covid-19 na ilha da Boa Vista, onde foi decretada quarentena no país, decidimos reforçar a casa de abrigo, que tem contado com apoio de igrejas e do ponto focal da polícia local”, disse a presidente do ICEIG, à Inforpress.
Segundo Rosana Almeida, para muitas mulheres, o lar, com a quarentena imposta durante a pandemia da covid-19, pode ser “um lugar de medo”, onde a situação de violência “pode piorar”, e por estar em isolamento pode não ter como denunciar, daí as medidas com a criação de uma linha de atendimento e de envio de mensagens.
Para envio de mensagens, declarou, a vítima deve remeter um correio electrónico para o endereço violência.covid@icieg.gov.cv pedindo ajuda ou telefonar para a linha 132.
A presidente do ICEIG informou ainda que a instituição, para dar vazão ao possível aumento de violência, em tempo de quarentena, montou um circuito a partir dos centros de acolhimento à vítima, com o apoio de um psicológico para atender às chamadas feitas para os números que vêem sendo divulgados nos diversos concelhos do País.
“Para quem não tem telefone e nem correio electrónico, o ICIEG está em parceria com as duas operadoras telefónicas do País, CV Telecom e Unitel T+, através da agência de regulação, e pensamos divulgar ainda hoje um número onde as pessoas podem enviar um SMS e logo depois serão contactadas pelos especialistas da instituição”, afirmou Rosana Almeida.
Neste momento de quarentena, observou que a melhor ajuda é a capacidade de tolerância entre os casais e familiares.
A relatora especial da ONU sobre Violência contra a Mulher, Dubravka Simonovic, através de um comunicado, alerta aos governos que as medidas restritivas adoptadas em todo o mundo para combater a covid-19 podem intensificar o risco de violência doméstica, apelando-os a defenderem os direitos humanos de mulheres e crianças, e adoptar medidas urgentes para as vítimas deste tipo de violência.
“Todos os Estados devem fazer esforços significativos para lidar com a ameaça da covid-19, mas sem deixar para trás mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, já que isto poderia levar a um aumento da violência doméstica, incluindo feminicídios provocado por parceiros”, alertou Dubravka.
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