São Filipe, 30 Abr (Inforpress) – A solidariedade dos emigrantes em várias partes do mundo para com as comunidades residentes na ilha do Fogo foi de longe superior à manifestada pelo poder público, nacional e local, durante o período de emergência, segundo Eugénio Veiga.
O vereador sem pasta na Câmara Municipal de São Filipe, Eugénio Veiga, manifestou a sua satisfação pela onda de solidariedade desencadeada pelos emigrantes que, mesmo no momento de grandes dificuldades nos países de acolhimento devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), mostraram uma solidariedade efectiva para com os foguenses em todas as localidades.
O autarca mostrou-se igualmente solidário com as famílias das vítimas do novo coronavírus registadas nos países de emigração, sobretudo nos Estados Unidos da América.
Este referiu, porém, que o momento é especial e requeria medidas especiais e que a crise sanitária inicial na única localidade, devia ser tratada na localidade, evitando transformar a crise sanitária numa crise social nacional.
Para este autarca, o estado de emergência devia abranger apenas as ilhas com casos com a concentração dos recursos nacionais que são insuficientes, nestas ilhas, sobretudo na de Boa Vista.
“Os decisores que decretaram uma lei com obrigatoriedade de acantonamento e isolamento foram os mesmos que furaram as regras com as deslocações de pessoas de Boa Vista para a cidade da Praia, colocando assim todo o país em potencial risco de contaminação, tendo em conta a importância da capital do país para o território nacional”, afirmou.
Segundo o mesmo, o caso da Boa Vista foi mal gerido e por “irresponsabilidade das pessoas ligadas ao processo de gestão” chegou à Praia com risco sério, neste momento, de propagar a nível nacional, observando que nesta fase decisiva e mais crítica era indispensável um diálogo sério e uma actuação séria dos decisores e estruturas incumbidos de coordenar o processo.
Este defende a realização de testes universais para identificar todos os casos, mesmo assintomáticos, quer na Boa Vista como na cidade da Praia, onde tem estado a crescer, defendendo o cerco sanitário para evitar a propagação para ilhas sem casos registados até este momento.
“O risco de propagação é quase zero e se ultrapassar a fronteira de uma ilha para outra, a responsabilidade é de quem está a assumir a gestão” advogou o vereador.
JR/ZS
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