São Filipe, 09 Abr (Inforpress) – Os horticultores da zona sul e centro da ilha defendem a subsidiação da água para rega e aquisição dos produtos hortícolas pelas instituições como forma de os apoiar a fazer face ao estado de emergência.
O horticultor e responsável da zona de Jardim/Batente onde existem várias parcelas irrigadas, Redmilson “Redy” Fernandes Pina Cula avançou que neste momento em que não há venda e como forma de evitar que os produtos hortícolas danificam, as instituições deviam adquirir esses produtos para acrescentar às cestas básicas que são distribuídas às famílias mais desfavorecidas.
Além desta medida que permitia aos horticultores salvar parte da produção hortícola que não está sendo colocada no mercado numa altura que as pessoas estão confinadas em casa, este indicou que as instituições, nomeadamente as câmaras municipais da região e o Governo, através do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) podiam suportar o custo de água durante este período.
Já Carlos Alberto Monteiro outro horticultor aponta que face à situação os horticultores não têm tido receitas para liquidar as facturas de consumo de água para rega e a subsidiação por parte das autoridades seria uma medida sensata para que esta camada pudesse também ultrapassar esta fase difícil decorrente do novo coronavírus (covid-19) que afecta a todos de forma generalizada.
Já o horticultor Manuel António Andrade Gomes não defende a subsidiação de água mas a suspensão do pagamento enquanto mantiver a situação já que esses não estão a vender os seus produtos.
Este defende a suspensão de pagamento de água aos horticultores e criadores de gado e atribuição de subsídio aos criadores para aquisição de milho e ração para alimentação dos seus animais.
Estes horticultores e outros contactados telefonicamente pela Inforpress defendem que caso estas duas possibilidades venham a ser implementadas pelas instituições vão continuar a produzir, porque a Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava) tem estado a disponibilizar a água para rega sem quaisquer constrangimentos e não haverá razão para paralisar a produção a não ser que as alternativas apontadas não venham a ter eco.
Redy que é também responsável da zona de Jardim/Batente, zona de forte concentração de pecuária, nomeadamente de gado caprino, disse que nestes dias os criadores têm produzido grande quantidade de queijos, que estão a ser secados ou conservados no sistema de frio devido a dificuldade com a comercialização e a câmara, por exemplo, podia adquiri-los para distribuir conjuntamente com cestas básicas nas zonas onde este produto é mais escasso.
Os horticultores defendem ainda que neste momento o titular da pasta da Agricultura e Ambiente devia endereçar mensagem aos homens do campo sobre as medidas que o Governo está ou pretende implementar para o sector agropecuário.
JR/ZS
Inforpress/Fim