São Filipe, 16 Abr (Inforpress) – A Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo vai apoiar financeiramente os 58 alunos do município que não conseguiram regressar à ilha para os ajudar nas despesas com alimentação, avançou hoje o presidente.
Alberto Nunes indicou que a câmara decidiu transferir para os alunos que não conseguiram deslocar-se para a ilha e que estão confinados em casa na sequência do estado de emergência, um valor de cinco mil escudos cada, para os ajudar nas despesas com alimentação.
O montante será transferido ainda hoje ou mais o tardar amanhã para dois representantes dos estudantes do município de Santa Catarina do Fogo que se encontram a frequentar estabelecimentos de ensino superior na ilha de Santiago, sendo um na Praia e outro na Assomada que depois farão a distribuição aos estudantes que estão identificados de modo a evitar qualquer oportunismo.
Já o presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, Carlos Fernandinho Teixeira, contactado pela Inforpress sobre a possibilidade de apoiar os estudantes do seu município que se encontram na ilha de Santiago asseverou que a autarquia pode colaborar, mas entende também que o Governo pode colaborar com os estudantes, disponibilizando um barco para os trazer para a ilha e assim estar junto das suas famílias, com menos custos já que não têm aulas neste momento.
“A câmara está disponível em colaborar onde é possível e de acordo com a disponibilidade financeira”, observou o presidente da autarquia dos Mosteiros, salientando que o número de estudantes do município que estão na ilha de Santiago ronda as duas centenas e que a câmara apoia no pagamento de propinas perto de uma centena de estudantes.
Com relação ao município de São Filipe que tem maior número de estudantes a frequentar os estabelecimentos de ensino superior na ilha de Santiago, não foi possível saber se existe alguma iniciativa para os apoiar neste período de quarentena provocado pelo estado de emergência na sequência do novo coronavírus, pois o contacto com o presidente da Câmara Municipal de São Filipe não resultou.
Com relação à prorrogação do estado de emergência, o autarca dos Mosteiros disse que está à espera da decisão do seu prolongamento, que, segundo o mesmo, é fundamental, mas entende que há ilhas que devem ter alguma atenuante, nomeadamente as ilhas onde não há registo de casos, para que a vida continua e as pessoas possam produzir.
Já Alberto Nunes espera a declaração do Presidente da República sobre a prorrogação do estado de emergência, observando que a nível do município, através dos bombeiros municipais, gabinete social e outras instituições, continuam a sensibilizar a população para o cumprimento daquilo que são as orientações das autoridades.
Segundo o mesmo, a sensibilização é importante porque às vezes não é fácil fazer cumprir as orientações porque as pessoas acham que a nível da ilha do Fogo tudo está normal e que as autoridades devem ser mais flexíveis.
Por outro lado, disse que as instituições locais continuam a fazer a distribuição de cestas básicas da Ficase, estando a câmara a corrigir as falhas de eventuais famílias vulneráveis não contempladas e por isso tem estado no terreno a identificar as famílias que não estão incluídas no cadastro social único para as apoiar.
Alberto Nunes, que na qualidade de presidente da autarquia tem estado a visitar as localidades para conversar com as pessoas de modo a identificar possíveis falhas e a sua correcção, indicou que emigrantes das diferentes localidades estão a apoiar as famílias mais vulneráveis dessas comunidades porque só o Governo e a câmara não podem resolver todas as situações, sublinhando que algumas empresas têm estado a colaborar para minimizar a situação.
Este condenou a atitude de algumas pessoas que, de forma oportunistas, estão a fazer aproveitamento da situação colocando vídeos nas redes sociais mesmo recebendo apoio das instituições como forma de sacar outros recursos dos emigrantes e de outras instituições.
JR/ZS
Inforpress/Fim