Covid-19: DNS afirma que “evolução lenta” da doença em Cabo Verde não foi por milagre

Cidade da Praia, 11 Mai (Inforpress) – O Director Nacional da Saúde, Artur Correia, afirmou hoje que a “evolução lenta” da pandemia da Covid-19 em Cabo Verde não aconteceu por milagre, mas devido a um “árduo” trabalho que impediu o aumento “gritante” dos casos.

Fazendo uma análise comparativa da taxa de ataque com alguns dos países mais afectados do mundo, Artur Correia precisou que desde em que foi registado o primeiro caso, a 18 de Março de 2020, até este momento, essa taxa é de 0,4 por cada mil habitantes.

“Se compararmos com Portugal, por exemplo é 2,7 por mil, nos Açores é 0,6 por mil em Espanha 5,7 por mil, na Canárias é 1,04 por mil, em Wuran é 6 por mil, nos EUA 4,2 por mil, em Itália 3,6 por 1000 e no Senegal, 0,1 por mil habitantes”, precisou.

Questionado sobre a possibilidade de um novo alargamento do estado de emergência, o Director Nacional da Saúde não quis apresentar a sua opinião, indicando que há fóruns próprios para o efeito.

Entretanto, alertou que o Estado de emergência não elimina a covid-19 em Cabo Verde, assim como não eliminou em outros países.

“Em nenhum país do mundo, onde foi declarado o estado de emergência houve eliminação da Covid-19. O que houve e que há também em Cabo Verde é a mitigação do impacto da pandemia. Portanto, é a diminuição da intensidade de transmissão. É isso que estamos a fazer, estamos a conseguir”, sustentou.

Artur Correia salientou que o país, neste momento, tem apenas duas ilhas com transmissão activa, sendo que na Boa Vista há duas semanas sem registo de casos, o que na sua perspectiva demonstrou que o estado de emergência contribuiu para que os casos não se alastrassem em todas as ilhas do país.

“Com certeza que isso iria acontecer e iria pôr em causa o nosso serviço nacional de saúde. Também não temos assistido a uma avalanche de casos nas estruturas de saúde. Em todos os hospitais do país é só visitar e ver que não há nenhum movimento extraordinário. Isto não se consegue por milagre. É trabalho que está sendo feito e que tem estado a dar resultado” sustentou.

Artur Correia acredita que se todas as medidas que foram preconizadas forem cumpridas pelos cidadãos e o Estado zelar para que as mesmas sejam cumpridas por todos, Cabo Verde vai continuar a mitigação dos impactos negativos da Covid-19 no pós-emergência, até que a pandemia seja debelada a nível mundial.

Nas últimas 24 horas foram registados mais 14 casos, todos na Cidade da Praia, sendo quatro do Hospital da Trindade, extensão do Hospital Agostinho Neto, que já contabiliza 40 casos de infecção pela Covid-19, entre funcionários e pacientes.

Segundo Artur Correia, mais cinco casos suspeitos foram registados, sendo três na Praia, um em Santa Catarina e um em São Lourenço dos Órgãos.

No total, já foram contabilizados 230 casos, dos quais 198 estão em isolamento, sendo 189 na Praia, sete na Boa Vista e dois no Tarrafal.

O número de recuperados aumentou para 58, com mais dois doentes a receberem alta hoje na cidade da Praia.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infectou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.290, com mais de 63 mil infectados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infecções (761 casos e três mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (439 casos e quatro mortos), Cabo Verde (260 casos e duas mortes), São Tomé e Príncipe (212 casos e cinco mortos), Moçambique (103 casos) e Angola (45 infectados e dois mortos).

MJB/JMV

Inforpress/fim

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