Covid-19: CDC- África desaconselha uso de cloroquina ou hidroxicloroquina

Adis Abeba, 03 Abr (Inforpress) – O Centro Africano de Prevenção e Luta contra Doenças da União Africana (CDC-África) desaconselhou hoje o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina na prevenção e tratamento de infeções pelo novo coronavírus.

“Os médicos não devem prescrever e os indivíduos não devem tomar cloroquina ou hidroxicloroquina [medicamentos usados no tratamento da malária] para prevenir ou tratar a covid-19, salvo em caso de estudo clínico ou do uso emergencial e monitorizado de intervenções não registadas e em investigação (MEURI)”, adianta o CDC África.

Alerta ainda que estes medicamentos podem causar intoxicações neurológicas, oftalmológicas, cardíacas ou outras.

A orientação do CDC-África integra uma lista de recomendações desta agência da União Africana sobre o uso de medicamentos na prevenção e tratamento de infeções pelo novo coronavírus e pretende responder à “divulgação de informações incorrectas” na imprensa e nas redes sociais.

O CDC-África desaconselha também a prescrição de Remdesivir [usado no tratamento de infecções pelo o vírus do ébola] e Lopinavir/Ritonavir [para tratamento de doentes com HIV] para prevenir ou tratar o COVID-19, “salvo sob ensaios clínicos ou MEURI”.

Admitido é o uso de paracetamol, acetaminofeno ou ibuprofeno “para aliviar os sintomas de febre e/ou mialgia devido a infecção viral”.

O CDC África enfatiza que os médicos devem basear-se em evidências científicas ao tratar pacientes com infeções pelo novo coronavírus, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em vários países africanos, tem havido uma corrida à cloroquina e à hidroxicloroquina, com as autoridades de saúde de alguns estados, como o Senegal, a adoptarem oficialmente esta terapêutica.

A pandemia de covid-19 afecta já 50 dos 55 países e territórios de África, somando mais de 7.000 infecções e 280 mortes associadas à doença.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.

Dos casos de infecção, cerca de 200.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Inforpress/Lusa

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