Mindelo, 04 Nov (Inforpress) – A directora da Regulação Farmacêutica, Ester Oliveira, disse hoje no Mindelo, que os benefícios da utilização das vacinas contra a covid-19 administradas em Cabo Verde superam os riscos.
Ester Oliveira fez estas considerações durante a apresentação do aplicativo de para notificação de reações adversas a medicamentos, “Med Safety App”, promovida pela Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS) no quadro da Semana Internacional da Segurança do Medicamento 2021.
Segundo a responsável, os dados retirados do Sistema de Informação Nacional de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde e do sistema de vigilância utilizado pela ERIS, até 17 de Julho de 2021 permitem concluir que, no caso das vacinas contra a covid-19 utilizadas em Cabo Verde, a maioria das suspeitas de reacções adversas notificadas é de natureza “leve a moderada”.
“A experiência nacional em relação à notificações adversas continua a apoiar a avaliação favorável de que os benefícios da utilização das vacinas contra a covid-19 superam os riscos até agora. Entretanto, continua a necessidade de se recolher mais informações para se definir o perfil de segurança de cada uma das vacinas”, afirmou, apelando às pessoas a fazer notificação em caso de reacções adversas às vacinas.
Conforme a mesma fonte, até 17 de Julho de 2021, tinham sido administradas no País 141.802 doses de vacinas e destas receberam 121 notificações de suspeitas de reacções adversas o que representava 0,85 casos de reacções adversas em cada mil vacinados.
Dessas notificações, acrescentou, três foram consideradas graves representando 0,02 casos graves de reacções adversas por cada mil vacinas administradas.
Ester Oliveira avançou ainda que das 5.569 doses de vacinas da Pfizer administradas foram registadas 76 notificações de suspeitas de reacções adversas, o que representava 13,6 casos suspeitos de reacções adversas por cada mil doses administrados.
A directora da Regulação Farmacêutica disse ainda que quanto à Astrazeneca, nessa mesma data, já haviam sido administradas 136.442 doses de vacinas e recebidas 45 notificações de suspeitas de reacções adversas, representando 0,33 casos de suspeitas de reacções adversas por cada mil doses administradas.
“A diferença entre as notificações, principalmente, tendo em conta à diferença no número de doses administradas deve-se ao público alvo da vacina da Pfizer que, inicialmente, foi administrada nos profissionais de saúde que estavam na linha da frente da luta contra a covid-19 e que tinham mais acesso à informação e estavam mais propensos a realizar notificações.
Quanto aos géneros, explicou a responsável, das notificações recebidas a maior incidência esteve no género feminino (83) contra os 17 do género masculino. No seu entender, isto “poderá ser explicado pelo facto das mulheres serem mais propensas a notificar as reacções”.
Segundo Ester Oliveira, a faixa etária com maior número de notificações foi de 18 a 44 anos, que foi exactamente a faixa que recebeu a maior quantidade de vacinas”. Acrescentou ainda que “2 por cento (%) das notificações recebidas, foram considerados graves por resultarem em risco de vida, hospitalização ou incapacidade significativa”.
Das 83% das perturbações, as mais frequentes foram perturbações gerais e alterações no local da administração (70,2%), seguidas de doenças do sistema nervoso central.
De acordo com a mesma fonte, os sintomas mais notificados foram epilepsia, tonturas, dores no local da injecção, arrepios, náuseas, mal-estar geral e sonolência, entre outros.
CD/CP
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